Tom Cavalcante revive a experiência de fazer homem no papel de mulher

Como nos filmes 'Tootsie' e 'Uma Babá Quase Perfeita', 'Dra. Darci' investe na troca de gêneros

Tom Cavalcante em cena da série "Dra. Darci", da Multishow
Tom Cavalcante em cena da série 'Dra. Darci', do canal Multishow - Edu Viana/Divulgação
Gustavo Fioratti
São Paulo

O humorista Tom Cavalcante está retornando a um papel que é velho conhecido das comédias: a do homem que precisa assumir uma identidade feminina. Mas não só.

Como em "Tootsie" (com Dustin Hoffman) ou "Uma Babá Quase Perfeita" (com Robin Williams), o protagonista do cômico "Dra. Darci", que começa hoje no Multishow, terá de sustentar essa identidade até o seu limite.

A troca acontece quando o psicólogo Darci começa a dar conselhos sentimentais em um programa de rádio e, por causa do nome, é confundido pelo público com uma mulher.

Para sustentar a boa audiência, sua equipe decide montar uma farsa: quando ele estreia um programa em vídeo exibido pela internet, terá que aparecer travestido. Depois, passa inclusive a atender pacientes em seu consultório, também como mulher.

Tom reconhece a fórmula como "uma prática" da comédia que exige do intérprete "conquistar o público a ponto de ele se esquecer que quem está ali é um homem". Depois cita similares que viveu em cena: Ana Maria Bela, inspirada na apresentadora Ana Maria Braga, é um exemplo. Também Jarilene, a empregada doméstica insolente, tornou-se ponto forte em seu repertório.

Na série de 20 episódios, Tom é casado com uma professora (Fabiana Karla) e tem com ela três filhos. Paralelamente à troca de gênero, haverá os conflitos familiares.

"Acho que é um programa que retrata uma situação muito crível sobre o país. A professora, que tem hoje uma posição desmerecida na sociedade, como educadora que não recebe o que deveria receber de grana", diz Tom.

Estrategicamente, monta-se um elenco e criam-se subtramas para puxar uma audiência mais jovem.

A atriz Fernanda Concon, que tem mais de 1 milhão de seguidores no YouTube, faz uma das filhas de Darci.

Tom diz que hoje se sente mais distante de crianças e adolescentes e que pretende estrear algo na mesma plataforma até o fim do ano.

"Com o advento da internet, das novas mídias, o mercado deu uma virada, de forma que o adolescente deixou de ver TV, a criançada e o adolescente só veem YouTube, Netflix ou vão direto para a Globo Play", diz, em referência ao vídeo sob demanda.

"A variedade de programas é grande e, por isso, muito adolescente não me conhece. Sinto isso quando saio na rua", diz Tom.

Darci é inspirada em uma professora de canto lírico cearense, também declamadora de poesia. Tom já personificou a mesma personagem na época em que trabalhou no rádio, no início de sua carreira. "Era uma personagem minha. Criei com base nessa professora, que também dava palestras. Não sei se ela está viva ainda. Foi em cima dessa figura, que falava poesias na rádio e na TV", conta.

Entre as participações especiais do programa, estão Carlos Alberto de Nóbrega, Zezé Di Camargo e Adriane Galisteu. Um exemplo de conselho dado pela doutora? Um homem que teve a festa de casamento bancada pela sogra quer saber dela: "Como impedir que a mãe da mulher realize a vontade de acompanhar sua filha na lua de mel?"

"Coloque 20 cigarrinhos do demônio dentro da bolsa dela. Do raio-x no aeroporto, a sogra não passa", responde.

Dra. Darci

  • Quando Seg. a sex., às 22h30
  • Onde Multishow (a temporada completa também estará disponível no Multishow Play a partir desta segunda)
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