A Academia Sueca, que concede o Prêmio Nobel da Literatura, anunciou nesta sexta-feira (5) a eleição de dois novos membros.
Jila Mossaed, 70, poetisa nascida em Teerã, que escreve em sueco e persa, foi escolhida juntamente com Eric Runesson, 58, juiz da Suprema Corte sueca para comporem o quórum de 12 membros necessários para que a Academia volte a funcionar.
A instituição estava inativa desde maio deste ano, quando 18 membros pediram demissão após a revelação de escândalos sexuais envolvendo o marido de Katarina Frostenson, membro da Academia. Ela foi afastada.
Jean-Claude Arnault foi condenado na última segunda-feira (1º) a dois anos de prisão por estupro e crimes financeiros.
Quando o escândalo veio à tona, a Academia anunciou que cancelaria o Nobel de Literatura, tradicionalmente entregue na primeira quinta-feira de outubro desde 1949. A cerimônia de 2019 também corre o risco de ser cancelada.
Além dos membros demitidos, outros abandonaram suas atividades na Academia, como a secretária permanente Sara Danius.
"Percorremos boa parte do caminho para restaurar a confiança [na Academia]. As coisas parecem diferentes agora", assegurou Anders Olsson, secretário interino.
O rei Carl 16º Gustaf da Suécia, padrinho da instituição, anunciou em maio uma modificação no estatuto da Academia: os membros eleitos, inicialmente de forma perpétua, passaram a ter direito a renunciarem e serem substituídos.
"A eleição de dois novos membros é positiva. Espero que a Academia Sueca consiga restaurar a confiança na instituição e possa continuar o seu trabalho", declarou Carl 16º Gustaf, em comunicado.
Jila Mossaed substitui o escritor Kerstin Ekman, que se afastou da Academia em 1989, depois que a instituição se recusou a condenar uma ameaça feita pelo regime iraniano contra o escritor britânico Salman Rushdie por seu romance "Os Versos Satânicos".
"Meus escritos não foram reconhecidos no meu país de origem, e agora a minha nova nação me oferece uma das melhores oportunidades literárias. Sou grata a eles", disse Jila Mossaed, que vive exilada na Suécia desde 1986.
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