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Grande final de 'Big Bang Theory' emociona elenco

Uma das últimas gravações da série teve surpresas dos atores, que dançaram para celebrar a conclusão da 12ª temporada

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Da esq. para a dir., os personagens Raj, Sheldon, Amy e Howard em cena de episódio que vai ao ar neste domingo
Os personagens Raj, Sheldon, Amy e Howard (da esq. para a dir.) em cena de episódio que vai ao ar neste domingo - Divulgação
Los Angeles

“The Big Bang Theory”, a comédia televisiva de maior sucesso hoje, chega ao fim em maio. Suas 12 temporadas fizeram do programa criado por Chuck Lorre e Bill Prady uma das séries mais longevas da TV americana

Mas a despedida dos nerds esquisitos não será fácil para o elenco nem para a indústria.

Este repórter representou o único jornal brasileiro convidado para as gravações de um dos últimos episódios da série, em Burbank, nos arredores de Los Angeles. “The Conference Valuation”, que vai ao ar no Brasil neste domingo (17), às 22h, no Warner, é o 17º capítulo da temporada, restando apenas sete —inclusive o final com uma hora de duração.

O clima de adeus já era sentido na entrada da gravação. O Estúdio 25 da Warner fora rebatizado de “The Big Bang Theory Studio”. A honraria só foi concedida a quatro outros sucessos rodados ali —
“Friends”, “Plantão Médico”, “Two and a Half Men” e “Ellen”.

 
 

A gravação segue o padrão das sitcoms americanas —uma plateia de cem pessoas fica na arquibancada de frente para os múltiplos cenários. 

Os presentes servem de termômetro para as piadas, por isso um animador fica distribuindo chocolates para quem pagar micos —uma adolescente de Ohio imita uma galinha e um francês dança até ficar sem camisa, por exemplo.

O cenário principal fica no centro. É o apartamento do casal Leonard (Johnny Galecki) e Penny (Kaley Cuoco), lugar responsável pela maioria da ação. Mas não nesta noite. 

Neste domingo, o elenco se divide em outros dois ambientes. O primeiro é a casa de Howard (Simon Helberg), onde Sheldon (Jim Parsons), Amy (Mayim Bialik) e Raj (Kunal Nayyar) fazem “experimentos científicos” com bebês. 

Já o segundo, criado para esse episódio, traz Penny e Bernadette (Melissa Rauch) em uma convenção farmacêutica.

A função do animador também é distrair os olhares de quem está nos bastidores quando há intervalos maçantes. A distração é necessária. 

Passamos três horas e meia sentados em cadeiras desconfortáveis, alimentados só por um pedaço de pizza murcha e uma garrafinha de água. Mas o público esquece tudo quando os atores são apresentados como em um show de calouros. Música, aplausos e acenos.

Logo no início, Simon Helberg se aproxima de uma das câmeras, saca uma pastilha e a põe na boca. O mistério é logo resolvido —a primeira cena exige um beijo de Howard com Bernadette, que viaja e deixa os filhos com o marido. 

Helberg tem uma pressão extra, já que os pais da atriz estão na primeira fila da plateia —atraindo cumprimentos e beijinhos da filha.

O elenco é afiado. Só Jim Parsons, o rosto mais conhecido da série, tropeça em algumas falas de seu nerd pragmático e antissocial, o carro-chefe da comédia. O diretor Mark Cendrowski, que está na série desde o segundo episódio, faz o elenco tentar piadas diferentes para testar a reação. A versão final só sabemos quando a cena vai ao ar.

Numa delas, Penny e Bernadette estão na convenção, e a primeira recebe uma proposta de trabalho. A cena precisa de três ajustes para ficar ao gosto de Cendrowski. 

Em cada intervalo, Cuoco lidera um pequeno ensaio da dança do fio dental com alguns figurantes mais próximos. Sua assessora grava com o celular, enquanto o pai da atriz a observa da plateia.

A cena exige cuidado. É a única com dezenas de figurantes. Tudo corre sem problemas, então Cuoco e Galecki fazem a primeira surpresa da noite. Os dois sobem na grade que separa a plateia dos cenários e começam a discursar. 

“Só faltam sete episódios. Vocês nos ajudaram a criar algo que vai ficar para o resto da vida”, diz Galecki, emocionado. “É até difícil falar.”

Com mais uma noite de filmagens finalizada, a segunda surpresa. O elenco e a equipe técnica se reúnem, com exceção de Galecki, que teve o tornozelo machucado, para um flash mob, o último da série. 

Eles dançam “Larger Than Life”, dos Backstreet Boys, como uma forma de “agradecer aos fãs” e vestem um boné com o número 12, em referência à temporada final. 

Kunal Nayyar é o mais empolgado, mas Cuoco e Parsons lideram a brincadeira. “Valeu a pena”, escreveu a atriz depois.

No fim, todos jogam os bonés para cima e se abraçam. Um sentimento compreensível pelas conquistas. Quando a série estreou, em 2007, não passou dos 9 milhões de espectadores e só não foi cancelada porque a greve dos roteiristas barrou outras estreias.

Hoje, “The Big Bang Theory” sustenta uma média de 18 milhões de espectadores, faturou dez prêmios Emmy e rende um faturamento em publicidade entre US$ 125 millhões e US$ 150 milhões (algo em torno de R$ 575 milhões) —as reprises geram nada menos que US$ 1 bilhão à Warner.

Os atores principais chegaram a ganhar US$ 1 milhão por episódio, mas aceitaram receber US$ 100 mil a menos para aumentar o salário das atrizes mais novas, Rauch e Bialik, que chegaram depois que a CBS notou que precisava ter mais papéis femininos.

Não é qualquer série que termina com números tão altos. E Kelly Kahl, presidente da CBS, resume o sentimento: “Não vou fingir que estou feliz com a despedida”.

The Big Bang Theory
Neste domingo (17), às 22h, no Warner Channel

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