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Televisão

Final de 'The Big Bang Theory' acerta no equilíbrio entre comédia e emoção

Rede CBS exibiu nesta quinta (16) os dois últimos episódios da sitcom

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Cena da série 'The Big Bang Theory', com elenco sentado no sofá
No Brasil, episódios finais de 'The Big Bang Theory' vão ao ar no dia 2 de junho - Divulgação
 

​Esta é uma semana de despedidas na TV americana. No próximo domingo (19), termina “Game of Thrones”, a série dramática de maior repercussão na última década. Alguns analistas já dizem que será o fim de uma era: pela última vez, boa parte da humanidade se reunirá em frente a televisores e monitores para assistir a um mesmo programa de ficção. Depois, isto só acontecerá com grandes eventos esportivos transmitidos ao vivo.

Nesta quinta (16), acabou a série cômica de maior audiência dos últimos anos. Os dois episódios finais de “The Big Bang Theory” foram ao ar pela rede aberta CBS. A efeméride também marca, provavelmente, o canto do cisne de um jeito muito específico de produzir humorísticos: a sitcom gravada com diversas câmeras, diante de uma plateia (que, ao contrário de similares brasileiros como “Sai de Baixo”, jamais aparece na tela).

Este formato, conhecido como “multicamera”, foi dominante durante muito tempo, e atingiu seu auge na década de 1990 com títulos como “Friends” e “Seinfeld”. Mas caiu em desuso no século 21: o produtor, diretor e roteirista Chuck Lorre, o “showrunner” de “The Big Bang Theory”, era justamente seu último entusiasta.

O “multicamera” também se caracteriza pelos roteiros com piadinhas quase a cada fala, e pelas pausas que os atores dão para a plateia reagir. Séries mais recentes como “Girls” (HBO) ou “Master of None” (Netflix), rodadas em locações e com uma câmera só (“single camera”), já deixaram isso para trás.

Mas ninguém precisa saber disso para se emocionar com o final de “The Big Bang Theory”. O adeus da série foi engraçadíssimo, mas também arrancou lágrimas. A trajetória do meganerd Sheldon Cooper (Jim Parsons) e seus amigos chegou ao fim de maneira plenamente satisfatória. Os fãs não terão do que reclamar —ao contrário do que vem acontecendo com “Game of Thrones”.

E atenção: aqui começam os spoilers. O fato determinante do final de “TBBT” acontece logo na primeira cena do penúltimo episódio —Sheldon e sua mulher Amy (Mayim Bialik) ganham o prêmio Nobel de física. A sequência, maravilhosamente bem escrita e interpretada, termina com o protagonista levando uma bofetada de seu melhor amigo, Leonard (Johnny Galecki), e honra o histórico do seriado.

Tudo o que vem a seguir é decorrência desse Nobel. Inseguro como sempre, Sheldon foge da imprensa e consegue brigar com todo mundo, mesmo em seu momento de maior glória. Ainda assim, a gangue toda resolve acompanhar o casal a Estocolmo, onde ele receberá seu prêmio das mãos do rei da Suécia.

Depois de muitos desentendimentos e “Sheldon sendo Sheldon” —isto é, agindo de maneira egoísta e ferindo os sentimentos de seus entes mais queridos— o último episódio termina com um discurso tocante do personagem. Impossível evitar o nó na garganta.

Para quem acompanhou “The Big Bang Theory” ao longo de 12 temporadas também há muitos bônus, como a revelação de que Penny (Kaley Cuoco) está grávida. Mas nada é mais surpreendente do que ver o elevador do prédio onde se passou boa parte da série finalmente funcionando.

“The Big Bang Theory” pegou a premissa de “Friends” —um grupo de amigos enfrentando juntos o começo da vida adulta— e o levou a um passo adiante. A decisão de fazer desses rapazes (e, mais tarde, também algumas moças) um bando de CDFs fascinados pela cultura pop foi totalmente em linha com o espírito dos tempos que correm, e o resultado foi um sucesso estrondoso.

Uma hora ia acabar, claro: a juventude não dura para sempre. Mas a série se manteve fiel a si mesma até o fim, e terminou com um "big bang". No Brasil, o canal pago Warner exibe os dois capítulos finais no dia 2 de junho, às 22h.

Em tempo: até Chuck Lorre, o criador de “The Big Bang Theory”, já abandonou o formato “multicamera”. Sua sitcom mais recente, “O Método Krominsky” (Netflix), é feita em formato “single camera”. Como o próprio Sheldon Cooper diz, a única certeza é que tudo muda o tempo todo.

The Big Bang Theory – dois episódios finais

  • Quando Exibição no Brasil no domingo (2/6), às 22h
  • Onde Canal Warner
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