Muse fecha Rock in Rio com rock apoteótico eficiente e alien gigante no palco

A performance foi permeada por uma energia futurista que deu aura de novidade retrô ao show

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Rio de Janeiro

Depois da maratona de sete dias dias de Rock in Rio, que ocupou a Cidade do Rock carioca entre sexta (27) e este domingo (6), o Muse subiu ao palco Mundo com duas difíceis missões: ser a última das mais de 250 atrações musicais desta edição do festival e, por que não, provar que o rock contemporâneo passa muito bem, ao contrário do que dizem por aí.

Como de praxe, o festival prezou pela linha de frente composta por bandas de rock que viram seu auge há várias décadas, como Bon Jovi e Scorpions, mas também incluiu gratas novidades, como o rapper Drake, e belas estreias, como a de P!nk.

Show da banda Muse, no palco Mundo, durante sétimo dia de Rock in Rio, que ocupou a Cidade do Rock carioca
Show da banda Muse, no palco Mundo, durante sétimo dia de Rock in Rio, que ocupou a Cidade do Rock carioca - Eduardo Anizelli/Folhapress


Os britânicos foram escalados para o dia com pegada mais alternativa do evento, ao lado de atrações como Imagine Dragons, King Crimson, Nickelback e Os Paralamas do Sucesso.

Ainda que o som da banda não seja exatamente fresco --o setlist incluiu algumas músicas que já atingiram a maioridade-- a performance foi permeada por uma energia futurista que deu aura de novidade retrô ao que acontecia no palco.

A versão de "Algorithm", que abriu o show com sintetizadores, batidas eletrônicas e músicos com roupas de LED, já anunciou a atmosfera de ficção científica apocalíptica que guiou as quase duas horas seguintes, que ainda tiveram atiradoras de fumaça, um coro gospel vindo do futuro, robôs gigantes e um alien que ocupou praticamente o palco inteiro.


Somaram-se a tudo isso a estética visual oitentista, o tom épico das músicas e os vocais e riffs marcantes de Matt Bellamy, bem apropriados para a busca do festival por atrações grandiosas.


As composições sobre distopias, política, resistência e opressão completam um combo que resume bem por que o Muse ainda enche arenas ao redor do mundo. A do Rock in Rio, no entanto, ficou bem mais vazia para a banda do que para as atrações que tocaram mais cedo.

Mas o Muse tem uma extensa lista de hits como "Starlight", "Uprising", "Plug in Baby", "Supermassive Black Hole" e "Time is Running Out", que, explosivos por si só, ganharam força extra ao vivo com a ajuda do público fiel, que cantou todas as letras.

O resultado foi uma apresentação com ares de ópera e uma orquestra de coros e palmas regida por Bellamy.

O grupo ainda deu suas amostras de canções menos monumentais, como as celebradas "Dig Down" e "Madness”, e tocou novidades do último trabalho, “Simulation Theory” (2018), como "Propaganda", "The Dark Side" e "Thought Contagion".

É difícil fechar um festival para um público reduzido, com um show que começa mais tarde que o normal e vem depois de performances como a de P!nk, que voou sobre a plateia neste sábado (5).

O Muse, no entanto, repetiu a dose do Rock in Rio de 2013 e entregou, mais uma vez, bem mais do que só a lição de casa.

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