Anos de aflição: como o streaming transformou a música nos últimos dez anos

Rap ultrapassa rock e vira linha de frente no mundo, enquanto funk e sertanejo se estabelecem como mais ouvidos no Brasil

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São Paulo

Após uma década brigando contra o Napster, a pirataria e o universo digital, a indústria fonográfica finalmente fez as pazes com a tecnologia. Os serviços de streaming se tornaram a principal via de consumo e distribuição de música, o que gerou profundas transformações na indústria.

Gêneros restritos ao sucesso regional, como o k-pop e o reggaeton, ganharam popularidade mundial, os formatos de veiculação de música ficaram mais fluidos e a música eletrônica virou potência global.

Nos Estados Unidos, o rap ultrapassou o rock —que praticamente sumiu das paradas— como o gênero mais ouvido no país. Por aqui, a vertente "universitária" consolidou o sertanejo como o ritmo mais escutado no país, enquanto o funk, dominante no YouTube, vem logo atrás.

​Veja as principais mudanças na música desde 2010.

Digital
O streaming se tornou a principal via de consumo de música. A internet já havia aumentado o acesso, mas plataformas como Spotify e YouTube transformaram profundamente a indústria fonográfica

Física
Tido como obsoleto, o vinil voltou ao mercado. O CD, dominante nos anos 1990, perdeu espaço para os LPs, que têm encartes maiores e um aspecto vintage atraente para além de colecionadores

Fluida
Antes da internet, a música era adequada a suportes físicos. Hoje, um álbum pode ter duração variável ou ser dividido em partes. DJs lançam sets inteiros e o single voltou a ter importância equiparável à dos anos 1950

Negra
Antes hegemônico, o rock desapareceu das paradas de sucesso. Gigante no streaming, o rap —que encabeça a música negra— virou o gênero mais consumido nos EUA e assumiu a linha de frente da produção mundial

Caipira (?)
A urbanização da música rural do centro do Brasil desembocou no sertanejo universitário. Hegemônico nas rádios e com um mercado de shows lucrativo, o gênero se aproveitou da decadência de ritmos populares como o axé

Urbana
O maior o acesso à tecnologia fez explodir um ritmo que já era imenso. Dominando o YouTube, o funk virou a segunda música mais ouvida no país, além do gênero brasileiro mais escutado no exterior

Na rota
Lollapalooza e Rock in Rio marcam a era de megafestivais que posicionou o Brasil na rota de músicos estrangeiros. Antes mais raros, shows internacionais hoje são frequentes até em casas e cidades menores

Eletrônica
DJs como David Guetta e Tiësto viraram celebridades e festivais eletrônicos pipocaram no mundo. Uma cena techno que ocupava ruas e casarões antigos pôs São Paulo no mapa mundial do gênero

Global
A internet encurtou distâncias e gêneros antes geograficamente restritos se tornaram globais. O k-pop, fenômeno no Ocidente, é o melhor exemplo, mas a popularização do reggaeton também é resultado disso

Local
Artistas independentes estabeleceram conexões no Brasil. Festivais como o goiano Bananada e o pernambucano Coquetel Molotov resistem ao mainstream se tornaram ponto de encontro da música alternativa

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