Governo Bolsonaro troca comando de órgão que zela pelo patrimônio

Kátia Bogéa, presidente do órgão desde 2016, foi exonerada; em seu lugar, foi nomeada a arquiteta Luciana Rocha Feres

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São Paulo

Kátia Bogéa, que estava no comando do Iphan desde 2016, foi exonerada nesta quarta (11). Em seu lugar, foi nomeada a arquiteta Luciana Rocha Feres.

A mudança, assinada pelo chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, foi publicada no Diário Oficial da União.

O Iphan é uma autarquia vinculada ao Ministério da Cidadania que zela pela preservação do patrimônio em esfera federal, com atuação nos estados por meio de superintendências. 

Descrita em seu currículo como arquiteta e urbanista, professora e consultora na área de patrimônio cultural, Feres está fazendo seu doutorado em ambiente construído e patrimônio sustentável na Universidade Federal de Minas Gerais.  

A nova presidente do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) já foi diretora do Conjunto Moderno da Pampulha, em Belo Horizonte, de 2013 a 2016, e gerente de cultura do Sesc Minas Gerais.

Bogéa, que ela substituirá, é graduada em história pela Universidade Federal do Maranhão e especialista em historiografia brasileira e regional pela USP.

Em setembro, técnicos de carreira que atuavam como superintendentes do Iphan em Minas Gerais, no Paraná, em Goiás e no Distrito Federal foram trocados por nomes sem experiência na área do patrimônio, mas vinculados à base aliada do governo Bolsonaro. 

mulher de verde
A arquiteta Luciana Rocha Feres, nomeada para o Iphan - Reprodução

O nome que estava sendo mais cotado para substituir Kátia Bogéa, porém, era o do empresário Olav Schrader, formado em relações internacionais e ligado à Associação de Moradores de São Cristóvão, no Rio de Janeiro. Há menções a seu nome em eventos pró-monarquia no país.

Desde o fim de novembro, o secretário da Cultura, Roberto Alvim —que assumiu a pasta no começo daquele mês—, vem promovendo mudanças nos cargos ligados à cultura no governo.  

Foram trocados ainda os comandos da Biblioteca Nacional e da Funarte, que passam a ser comandadas por Rafael Nogueira e Dante Mantovani, respectivamente, da Secretaria de Fomento e Incentivo à Cultura, que foi assumida por Camilo Calandreli, da Fundação Palmares, que promove a cultura da matriz africana (Sérgio Nascimento de Camargo), e dos responsáveis pelo audiovisual (Katiane de Fátima Gouvêa), pela promoção da diversidade cultural (Janicia Ribeiro Silva), pela economia criativa (Reynaldo Campanatti Pereira).

Em outro ato publicado nesta quarta (11) no Diário Oficial da União, o governo exonerou ainda o secretário de Direitos Autorais e Propriedade Intelectual da Secretaria Especial de Cultura, Maurício Carlos da Silva Braga, e nomeou para o cargo o advogado especialista em direito civil e empresarial Marcos de Almeida Villaça Azevedo.

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