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Aparecida Vilaça e Silviano Santiago ganham o prêmio Casa de las Américas

Troféu literário cubano teve os vencedores anunciados nesta quinta (30) em Havana

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São Paulo

A antropóloga Aparecida Vilaça e o crítico literário Silviano Santiago venceram nesta quinta-feira (30) o prêmio Casa de las Américas. Vilaça ganhou pelo livro "Paletó e Eu - Memórias de Meu Pai Indígena". Já Santiago, por "Uma Literatura nos Trópicos".

Um dos principais troféus literários da América Latina, o Casa de las Américas tem uma categoria específica para literatura brasileira, na qual já foram premiados nomes como Ana Maria Gonçalves, Alberto Mussa, Luiz Ruffato e Nélida Piñon.

Foi essa a categoria na qual Vilaça venceu. "Paletó e Eu", publicado pela editora Todavia, gira em torno da relação entre a autora e Watakao, indígena wari, que morreu em 2017, aos 85 anos. Convertido ao cristianismo, ele era chamado de Paletó porque se apegou a um paletó que vestia sempre.

A antropóloga conviveu com Paletó por diferentes períodos, morando entre os waris, em aldeias em Rondônia, desde 1986.

A antropóloga Aparecida Vilaça ao lado de Paletó, seu pai indígena
A antropóloga Aparecida Vilaça ao lado de Paletó, seu pai indígena - Carlos Fausto/Acervo pessoal

"Eu tinha feito muitas entrevistas com o Paletó e tinha um plano antigo de escrever sobre a vida dele. Comecei a escrever quando ele morreu, foi uma forma de desabafar. Escrevi muito rápido, em média levo dez anos para escrever um livro", disse Vilaça em entrevista à Folha no ano passado.

Na última Flip, Vilaça descreveu Paletó como “um grande parceiro intelectual na minha descoberta da vida dos waris e na minha redescoberta da vida na cidade e me questionou sobre coisas do meu mundo em que eu jamais tinha pensado”.

Flávio Carneiro, Manuela D'Ávila e Pedro Meira Monteiro fizeram parte do júri que premiou Vilaça.

Além da antropóloga, Silviano Santiago também foi premiado e ganhou o troféu na categoria de ensaios. "Uma Literatura nos Trópicos", livro de 1979 que teve uma reedição pela Cepe Editora, foi escolhido vencedor "por constituir uma exemplar seleção de uma obra tão ambiciosa quanto iluminadora".

No título, Santiago analisa autores como José de Alencar, Carlos Drummond de Andrade, Caetano Veloso e Sérgio Sant'Anna.

O Casa de las Américas completou 60 anos em 2020. Além de Vilaça, autores de Cuba, México, Porto Rico, Martinica, Guatemala, Argentina e Chile também foram laureados.

O crítico Silviano Santiago, que venceu o prêmio Casa de Las Americas
O crítico Silviano Santiago, que venceu o prêmio Casa de Las Americas - Ricardo Borges/Folhapress
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