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Acusado de estupro, produtor de Hollywood David Guillod é preso

Se for condenado pelos crimes, pena poderá ir de 21 anos de reclusão à prisão perpétua

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Los Angeles | AFP

David Guillod, produtor-executivo e agente de talentos de Hollywood, se entregou às autoridades nesta segunda-feira (22), após ser acusado de estuprar quatro mulheres entre 2012 e 2015, informou seu advogado.

É o caso mais recente de um magnata da indústria do entretenimento a enfrentar a Justiça desde o surgimento do movimento MeToo, que levou outro produtor, Harvey Weinstein, à prisão.

Guillod, de 53 anos, se apresentou durante a manhã à polícia de Santa Bárbara, no estado da Califórnia, acompanhado por seu advogado, Philip Kent Cohen.

Cohen disse à AFP que seu cliente nega todas as acusações e que "ele espera poder limpar seu nome no fórum apropriado".

"O senhor Guillod foi difamado por oito anos sem ter a oportunidade de enfrentar suas acusadoras sob juramento" no tribunal, afirmou. "A Justiça raramente é rápida e muitas vezes não é fácil."

David Guillod em evento do Globo de Ouro de 2016, na Califórnia
David Guillod em evento do Globo de Ouro de 2016, na Califórnia - Alberto E. Rodriguez/Getty Images/AFP

O produtor de filmes como "Atômica", com Charlize Theron, e "Resgate", com Chris Hemsworth, enfrenta um total de 11 acusações de estupro, sequestro para estupro e estupro de vítima sob influência de drogas em três casos separados em 2012, 2014 e 2015 contra quatro mulheres, segundo uma cópia da acusação que a promotoria enviou à AFP.

Se for condenado, pode ter uma pena de 21 anos de reclusão à prisão perpétua.

"As acusações foram apresentadas depois que o xerife do condado de Santa Bárbara realizou uma investigação exaustiva junto ao departamento de polícia de Los Angeles", disse a promotoria em um comunicado.

"O acusado está atualmente na prisão do condado de Santa Bárbara, com fiança de US$ 3 milhões [equivalente a R$ 15,6 milhões]", informou o texto, destacando que não há data para que se apresente perante um juiz.

Três das vítimas teriam sido atacadas em Santa Bárbara, onde o produtor será processado, e uma em Los Angeles, em 2012. Seus nomes foram mantidos em sigilo.

Duas das mulheres citadas na acusação teriam sido drogadas e estupradas enquanto estavam inconscientes no mesmo período de 48 horas em janeiro de 2015.

A atriz de "Ted", Jessica Barth, o acusou de drogá-la e agredi-la sexualmente. Barth alegou que o caso ocorreu em 2012, mas seu nome não aparece na acusação.

Seu caso foi investigado pela polícia de Los Angeles, mas encerrado dois anos depois. A acusação se tornou pública em 2017 com o movimento MeToo, após outra atriz apresentar um relato semelhante.

Guillod renunciou ao cargo de diretor-executivo da Primal Wave Entertainment logo depois.

Os outros dois estupros teriam ocorrido em 2014 e 2015 em Santa Bárbara contra mulheres não identificadas.

Uma das vítimas, que seria sua funcionária, recebeu US$ 60 mil, o equivalente a R$ 313,3 mil, para assinar um acordo de confidencialidade, mas o denunciou seguindo o exemplo de outras mulheres, de acordo com o jornal Los Angeles Times.

"Uma quantidade esmagadora de evidências foi reunida no curso desta investigação para contestar essas acusações", disse o advogado, observando que os testes de DNA foram negativos e que testemunhas confirmaram a versão de Guillod dos fatos.

"Numerosas mensagens de texto e emails obtidos pela defesa contam uma história muito diferente da alegada", acrescentou Cohen.

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