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'The Boys' chega a nova temporada mostrando lado violento dos super-heróis

Série da Amazon Prime Video imagina como seria o nosso mundo se superpoderosos existissem

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São Paulo

Esqueça o bom-mocismo de Super-Homem, Homem-Aranha ou Capitã Marvel. Os heróis de “The Boys”, inspirados nos quadrinhos homônimos de Garth Ennis e Darick Robertson, podem até vender a imagem de salvadores da pátria, mas são absolutamente desprezíveis.

A série original da Amazon Prime Video chega nesta sexta-feira (4) à sua segunda temporada. Bem avaliada por público e crítica, a primeira leva de episódios imaginou como seria o nosso mundo se ele fosse habitado também por super-heróis.

Pode parecer a mesma premissa de qualquer filme da Marvel ou da DC, mas é aí que você se engana. Em “The Boys”, os heróis são controlados por uma poderosa empresa, a Vought International, que vende seus super-serviços a municípios com altas taxas de criminalidade ou a qualquer outra pessoa que precise de ajuda —e que possa pagar.

Em meio a esse heroísmo que movimenta uma indústria bilionária, uma equipe de apoio precisa se certificar de que escândalos sexuais, problemas com drogas e até antepassados criminais de seus poderosos funcionários não venham à tona.

Isso, claro, embalado por um eficiente marketing que dita como cada um deve agir para se adequar melhor aos trabalhos aos quais são designados —o que envolve esconder a homossexualidade de alguns ou se atentar a questões raciais nas cidades que contratam seus serviços.

“Eu acho que ‘The Boys’ caminha sobre uma corda bamba: ela desconstrói o gênero dos super-heróis ao mesmo tempo em que definitivamente faz parte dele. Nós entregamos vários dos prazeres comuns a esses filmes e séries, como grandes efeitos visuais e muita ação, mas simultaneamente nós brincamos com isso”, diz Eric Kripke, criador do seriado.

“A ideia principal da trama é questionar como seria se super-heróis existissem no nosso mundo agora, de forma realista. Então ela reflete o que está acontecendo no mundo e, por isso, pode parecer controversa, mas ela apenas lida com o que aparece nas notícias todos os dias.”

A intenção abre espaço para tratar de temas como homofobia, racismo, machismo, assédio sexual, imigração, terrorismo e muitas outras questões espinhosas que costumam passar longe do mundo fantasioso e colorido da Marvel e da DC —que, esteticamente falando, nem é tão colorido assim.

Enquanto a primeira temporada serviu para apresentar as maldades de alguns de seus personagens, de forma gradual e por vezes sanguinária, esta segunda se ocupará de resolver diversos problemas deixados em aberto na reta final de sua antecessora.

Isso inclui substituir um herói morto pelo grupo que dá nome à série, formado por seres humanos comuns que odeiam os superpoderosos por diversos motivos. Eles começam os novos episódios escondidos, sendo caçados por Homelander, o rosto da Vought International.

“Vai ser uma temporada mais intensa e desesperadora. Esse grupo está foragido, sofrendo para achar uma maneira de contra-atacar. Eu diria que todos os personagens estão encurralados de alguma forma. E isso revela novos aspectos sobre quem eles são”, diz Kripke.

Agora que o público já está mais familiarizado com as reais intenções de cada super e cada plebeu da trama, o criador da série destaca que ficará mais fácil construir uma ponte entre o que é visto nas telas e a realidade.

“Eu acho que a série mostra que nós devemos ter uma leve desconfiança das figuras autoritárias que nos cercam, porque quem eles são a portas fechadas pode ser bem diferente do perfil que eles projetam para o mundo”, afirma Kripke.

“Nós precisamos olhar além dos mitos que nos vendem. Muitos políticos e até mesmo celebridades são pintados como heróis, graças a seus departamentos de marketing. Mas, na vida privada, eles são pessoas comuns, com falhas e problemas. Essa é a verdade por trás de muita gente em posições de poder —como certas pessoas que ocupam a Casa Branca no meu país”, ri.

The Boys (2ª temporada)

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