As faixas do elevado João Goulart, o Minhocão, foram ocupadas por três animais infláveis gigantes e por 200 guarda-sóis com estampa de copas de árvores. Além disso, a frase "eu serei outro lugar" foi escrita no asfalto em letras garrafais.
O conjunto forma a instalação "Eu Era Outra Selva", do artista plástico Felipe Morozini, que faz parte da Virada Sustentável, e teve a companhia de uma intervenção sonora criada pelo músico Dudu Tsuda e de estátuas da chamada "Jaguar Parade", que, a exemplo de versões anteriores com vacas pela cidade, trocou os bovinos por felinos.
O conjunto de guarda-sóis, visto de cima, forma uma floresta. O sabiá, o mico-leão dourado e o lobo-guará têm cerca de dez metros de altura. "Sobre a estrutura do Minhocão, eles ficam do tamanho de alguns predinhos vizinhos", diz o idealizador da instalação.
As instalações foram preparadas durante a noite de sexta, após a interrupção do trânsito nas vias, e a madrugada de sábado. A frase "eu serei outro lugar" ocupa 60 metros da pista que vai no sentido Consolação e fica sobre a alameda Nothmann.
"É o Minhocão falando que será outro lugar. Se vista de mais longe, é São Paulo falando isso. E posso imaginar, depois de tudo que aconteceu em 2020, que essa frase sirva para nosso planeta", diz Morozini.
O artista tem outras intervenções tipográficas nos arredores do elevado, é morador da região há décadas e preside a Associação Parque Minhocão, que defende a transformação do viaduto num parque suspenso. É a quinta vez que o asfalto da via é base para obras de Morozoni.
As instalações marcam o encerramento da décima edição da Virada Sustentável. As obras ficam no Minhocão até o domingo (18).
Idealizado em fevereiro, o plano era que as pessoas interagissem com a obra. Mas, como o parque está fechado aos pedestres como medida sanitária para conter aglomerações, só a frase escrita na pista será vista de perto, por motoristas, na segunda-feira.
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