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Lei anti-LGBT pode censurar obras de Shakespeare, Rimbaud e Safo na Hungria

Obras podem ser retiradas do país com base em medida que proíbe a 'promoção da homossexualidade ou transexualidade'

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Londres | Reuters

As peças de Shakespeare e a poesia de Safo poderão ser banidas das salas de aula e restritas nas livrarias da Hungria, afirmaram editoras do país nesta quinta-feira (17). A medida funciona sob uma nova lei que proíbe "a promoção da homossexualidade ou da transexualidade" para menores de 18 anos.

A associação que representa as editoras húngaras disse que ainda não está claro como a proibição —aprovada na terça como uma emenda adicional a uma lei que aumenta penas para crimes de pedofilia— funcionará.

A proibição foi a mais recente medida do partido do governo, o nacionalista Fidesz, para apelar ao conservadorismo social no país, enquanto medidas anti-LGBT ganham apoio em países como a Rússia.

Antes das eleições de 2022, o primeiro-ministro Viktor Orban proibiu que a população transgênero troque legalmente de gênero e bloqueou a adoção por casais do mesmo sexo.

"Não concordamos com a mistura entre pedofilia, que é um crime, e orientação sexual, que é um direito humano fundamental", disse a Associação de Editoras e Livrarias da Hungria em uma nota enviada por email.

"Várias obras-primas da literatura húngara e mundial, incluindo muitos autores que hoje integram o currículo escolar do ensino médio podem ser proibidas pela lei."

Os poetas e amantes Paul Verlaine e Arthur Rimbaud, assim como escritores renomados como Thomas Mann e Marcel Proust, também podem ser vítimas da nova lei, segundo a associação.

As descrições do amor entre pessoas do mesmo sexo nos versos da poeta da Grécia antiga Safo, assim como os contos de pessoas travestidas nas peças de Shakespeare também podem ser banidos das salas de aula, segundo a nota.

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