Descrição de chapéu América Latina

Bienal Sul chega ao Brasil com instalação no Museu Oscar Niemeyer em Curitiba

Na terceira edição do evento participam 400 artistas em 23 países tratando de temas como consciência ecológica

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Salta (Argentina)

Com uma instalação do artista Geraldo Zamproni no edifício do Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, tem início no próximo dia 5 de agosto a parte brasileira da Bienal de Arte Contemporânea do Sul, organizada em Buenos Aires e que ocorre simultaneamente em 23 países, 50 cidades e 124 sedes, com a participação de 400 artistas. O evento gira em torno de cinco temas –consciência ecológica, constelações fluidas, modos de habitar, mundos digitais e políticas de arte.

A Bienal Sur, como é conhecida na Argentina, foi idealizada por Anibal Jozami, reitor da Universidade Três de Fevereiro, e Diana Wechsler, diretora geral e artística do evento. Está em sua terceira edição e foi aberta ao público na cidade de Salta, no norte da Argentina, no mês passado.

Escolhida para ser a primeira sede a ser inaugurada, Salta exibe a mostra "A Escuta e os Ventos", que reune obras de artistas pertencentes a povos originários no Museo de Bellas Artes Lola Mora. Há trabalhos de grupos de duas etnias, o coletivo Thañí, dos indígenas wichí, e do grupo Orembiapo Maepora, dos chané. A curadoria é da argentina Andrea Fernández com a alemã Inka Gressel. Além de peças têxteis, há cerâmicas, instalações de som e vídeo.

"Quisemos fazer a Bienal mesmo durante a pandemia, porque nos pareceu necessário buscar manter esse espaço de diálogo artístico. Tomamos todas as medidas sanitárias que o momento exige", afirmou Jozami. "A Bienal Sur não se impõe sobre culturas, instituições ou coletivos, mas busca escutar e trabalhar de maneira localizada, sem perder a perspectiva global para reforçar os laços comunitários."

“O projeto é mudar o mapa mundial da arte e seus paradigmas. Acreditamos que há expressões culturais, artísticas que foram deixadas de lado. Por isso, na Suíça, na fundação Opal, trabalhamos a arte contemporânea com os indígenas."

"A característica da Bienal Sur é que pode realizar uma exposição de um artista super-sofisticado e conhecido em nível internacional em grandes museus do mundo, como o Reina Sofía, mas também fazemos eventos em bairros vulneráveis de Lima, ou em fronteiras tensas entre países, como em Cúcuta, na fronteira da Colômbia com a Venezuela", ele acrescenta.

A festa de abertura, ao ar livre, no pátio do museu em Salta, contou com integrantes das etnias expositoras, que falaram em seus idiomas.

A Bienal Sur terá entre suas sedes Bogotá, Tóquio, Madri, Paris, Berlim, Cuzco, Jeddah e a cidade do Vaticano. Nesta semana, também abre a seção espanhola, com uma mostra de artistas latino-americanos em Málaga. Os artistas podem apresentar obras por meio de um edital e a seleção é feita por cinco curadores. Para esta terceira edição do evento, foram apresentados 5.500 projetos. A agenda completa das aberturas, que irão até dezembro, pode ser encontrada em bienalsur.org.

"'É uma das poucas bienais do mundo que tem um processo de seleção tão aberto e amplo", diz Zamproni, que tentou participar das duas edições anteriores, sem êxito. A obra do artista é uma grande agulha "enfiada" no museu. O título da instalação é "Hilos Vitales".

A jornalista viajou a convite da Bienal Sur

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.