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Novo Nobel de Literatura, Abdulrazak Gurnah sairá pela Companhia das Letras

Quatro romances do escritor tanzaniano, que nunca tinha sido editado no Brasil, chegam a partir de 2022

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São Paulo

A Companhia das Letras adquiriu os direitos para publicar quatro romances de Abdulrazak Gurnah, o autor tanzaniano que ganhou o Nobel de Literatura na semana passada.

Nascido em Zanzibar, uma ilha da Tanzânia, e com carreira consolidada na academia e na cena literária britânica, Gurnah nunca havia sido publicado no Brasil.

As edições começam pelo livro mais recente do escritor, "Afterlives", lançado no Reino Unido no ano passado, que chega às livrarias brasileiras no próximo semestre. O livro ilustra os efeitos violentos da colonização alemã na costa leste da África por meio de um mosaico de personagens, incluindo um soldado treinado pelos colonizadores.

Também foram contratados outras três obras consideradas destaques em sua literatura –"Paradise", de 1994, que foi finalista do prêmio Booker; "By the Sea", de 2001, obra de caráter mais autobiográfico que já havia saído em Portugal; e "Desertion", de 2005, que conta a história de dois romances proibidos. Estes ainda não têm data de publicação definida.

A obra de Gurnah, considerado um expoente da literatura pós-colonial, se caracteriza por discutir os efeitos do deslocamento e do exílio sobre os migrantes.

"Mais que a migração, o fio condutor da obra de Gurnah é a ideia de viagem, de itinerância", afirma Elena Brugioni, professora do Departamento de Teoria Literária da Unicamp. "Ele faz um exercício de vaivém entre presente e passado para entender como os encontros e desencontros das personagens têm origem em questões históricas."

Editora brasileira de maior porte, a Companhia das Letras também comprou, após o Nobel de Literatura do ano passado, uma série de livros da poeta americana Louise Glück, que também era inédita no Brasil. A coletânea "Poemas 2006-2014" foi lançada em junho. O mesmo expediente foi adotado com a bielorrussa Svetlana Aleksiévitch, de "Vozes de Tchernóbil", cinco anos atrás.

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