Alok pinta o céu do Lollapalooza em show sem hits acusados de plágio

DJ nega queixas de dupla americana, mas não fala sobre o caso durante sua apresentação

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São Paulo

Acostumado a se apresentar em tudo quanto é festival de música mundo afora, subir aos palcos do Lollapalooza é, para Alok, como se apresentar de casa.

Sua apresentação começou pontualmente às 21h30 com uma pirotecnia que fez o chão tremer. Cruzar o caminho entre o palco em que Miley Cyrus, que fez o show mais concorrido deste Lolla, foi uma experiência antropológica.

Show de Alok no Lollapalooza - Rubens Cavallari/Folhapress

No vai e vem, era possível diferenciar os óculos de sol, o vestuário e o papo de quem ia em direção à apresentação de Miley —casais gays, jovens cobertos com a bandeira LGBTQIA+ e fãs de Hannah Montana— dos que caminhavam para Alok —casais heterossexuais ou grupos compostos só por amigas ou amigos, alguns deles usando até cocares, o que hoje, na internet, é motivo para cancelamento imediato.

Ao se aproximar do palco Perry’s by Doritos, o de Alok, já era possível ver os raios de luz verdes e laranjas cruzando a linha do horizonte sem parecer ter um fim. O show de luzes, pelo qual o DJ já é conhecido desde uma live de seu apartamento que fez durante a quarentena, foi um espetáculo à parte. A plateia toda levantou os celulares para compartilhar nas redes sociais a pirotecnia.

Uma diferença para quem já está acostumado a suas apresentações, no entanto, saltou aos olhos —ou melhor, aos ouvidos. Com exceção de "Fuego", Alok deixou de fora todos os hits que o alçaram à fama. Em vez deles, o DJ tocou sucessos de outros colegas, como "Titanium", de David Guetta, clássicos como "Sweet Dreams, de Eurythmics, e até o pop britânico de Adele com uma versão eletrônica de "Rolling in the Depp".

Alok conversou com a plateia algumas vezes, perguntando se já tinha "alguém louco" ou "alguém cansado", mas não deu nenhuma explicação sobre a ausência dos hits.

A princípio, o público pouco se importou. Sincronizados com as mãos para o alto, ninguém pareceu ter sentido falta nenhuma de sucessos como "All I Want" e "Favela". Passados 40 minutos de show, no entanto, a plateia já demonstrava certo cansaço, o que o DJ tentou resolver emplacando um remix mais famoso de algum outro artista.

Por trás do setlist diferente, no entanto, pode haver uma batalha que dois irmãos de DJs americanos que cresceram no Brasil estão travando contra Alok na Justiça.

Os irmãos Sevenn, como o duo é chamado, acusa o DJ brasileiro de lançar boa parte de seus maiores sucessos, como "All I Want" e "Favela", com produções suas, mas sem dar os créditos nem pagar por direitos autorais. Alok, que diz se no sentir ameaçado, nega as acusações e também processa os irmãos.

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