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Mônica, Batman e até Bolsonaro lideram boom de HQs no Brasil

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O mercado brasileiro de histórias em quadrinhos vive seu melhor momento em décadas. Se as gerações anteriores antes ficavam órfãs de HQs quando cresciam e não queriam mais ler as desventuras da Mônica ou dos super-heróis, agora não faltam opções.

Não que as histórias de Mauricio de Sousa e os outros gigantes tenham se enfraquecido. As da DC, por exemplo, continuam a inspirar blockbusters como a releitura de "Batman" com Robert Pattinson, que estreia esta semana traduzindo para as telas o espírito sombrio de HQs como "Ego" e "O Longo Dia das Bruxas".

As da Marvel também continuam firmes e fortes. Stan Lee, pai de heróis como o Homem-Aranha, que salvou a bilheteria dos cinemas brasileiros no ano passado, tem agora sua trajetória revisitada por três biografias recém-lançadas —uma mais completa, outra mais enfadonha e uma terceira que, sem muita contextualização, deve agradar mais aos fãs, na avaliação do crítico Thales de Menezes.

Em paralelo, no entanto, surgiram novas lojas e editoras que estão movimentando o setor com HQs de temas incomuns, escreve o repórter Diogo Bercito. São muitas as histórias que atravessam a política, o racismo, a pobreza e até a transfobia, caso de "Lovistori", em que um policial se apaixona por uma travesti, ou "Depois que o Brasil Acabou", na qual Jair Bolsonaro surge de uma pilha de fezes.

capa de hq
Ilustração de Alcimar Frazão para capa de 'Lovistori', HQ de Lobo editada pela Brasa Editora - Reprodução

acabou de chegar

Oswald de Andrade surge como um playboy cheio de dívidas em "Diário Confessional" (Companhia das Letras, R$ 99,90, 560 págs., R$ 39,90 ebook), organizado pelo crítico Manuel da Costa Pinto a partir da transcrição de seis cadernos manuscritos. Recheados de opiniões duvidosas e de uma fantasia nostálgica e ressentida, seus escritos vão da autocomiseração ao preconceito, escreve o professor Alcir Pécora, que leciona teoria literária na Universidade Estadual de Campinas.

Elena Ferrante também tem uma espécie de diário recém-publicado, "I Margini e il Dettato", algo como as margens e as escritas, que deve ser lançado em português nos próximos meses pela Intrínseca. É uma antologia curta e densa com quatro textos inéditos sobre sua jornada na escrita, encoberta por um pseudônimo que é tema de tantas discussões quanto seus próprios livros. Na análise de Fabiane Secches, Ferrante cria neste diário uma história de vida, que, embora provavelmente sem muita correspondência com a realidade, abriga toda a riqueza que Ferrante, autora-personagem que é, tem a compartilhar com o leitor.

A americana Ottessa Moshfegh lança agora no Brasil seu livro de estreia, "Meu Nome Era Eileen" (Todavia, trad. Ana Ban, R$ 69,90, 272 págs., R$ 44,90 ebook). Protagonizado por uma jovem órfã de mãe, com pai alcoólatra e empregada num reformatório aos moldes da antiga Febem, o livro é de uma leitura "torturante", na avaliação de Vivien Lando.

capa de livro
Capa da edição italiana de 'I Margini e il Dettato', de Elena Ferrante, autora da tetralogia napolitana cuja identidade real é desconhecida - Reprodução

em roda

O Encontro de Leituras, evento mensal em parceria com o jornal português Público, discutirá o livro "Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada" com Fernanda Miranda e Tom Farias, biógrafo e especialista na obra de Carolina Maria de Jesus, respectivamente. O livro é editado no Brasil pela Ática e em Portugal pela VS. O encontro acontece em 8 de março, às 19h de Brasília e às 22h de Lisboa. Acesse via Zoom por este link ou na reunião de número 863 4569 9958 com a senha 553074.

O próximo Clube de Leitura Folha será em 29 de março. O livro escolhido para esta edição do encontro é "O Mundo se Despedaça" (Companhia das Letras), de Chinua Achebe. Os encontros online acontecem toda última terça-feira do mês, às 19h, e são abertos e gratuitos. Acesse via Zoom por este link ou na reunião de número 889 2377 1003.

Ilustração de capa de 'Toda Luz que Não Podemos Ver', de Anthony Doerr
Ilustração de capa de 'Toda Luz que Não Podemos Ver', de Anthony Doerr - Editora Intrínseca/Divulgação

além dos livros

A minissérie "Toda Luz que Não Podemos Ver", baseada no prestigiado romance homônimo de Anthony Doerr, começa a ser filmada agora em março pela Netflix. Louis Hofmann interpretará Werner, um jovem alemão que, órfão, é cooptado pela máquina nazista e se torna um soldado de Hitler, enquanto Aria Mia Loberti viverá Marie-Laure, uma jovem cega que mudará a vida do soldado. O elenco ainda tem a participação de Mark Ruffalo e Hugh Laurie.

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