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Filmes e séries expõem e discutem abuso e assédio

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São Paulo

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Abuso sexual, estupro e aborto não saíram do noticiário dos últimos dias, principalmente pela exposição do caso da atriz Klara Castanho, do retrocesso na decisão que permitia o aborto nos EUA e das acusações de assédio sexual contra o presidente da Caixa, Pedro Guimarães.

Os canais de streaming têm uma variedade de séries e filmes que discutem esses temas, da ótima "I May Destroy You" à recém-lançada "Dois Verões".

Atleta A
O documentário registra as denúncias de abuso sexual de ginastas americanas contra o médico Larry Nassar. O filme de 2020 voltou a ganhar notoriedade nos Jogos de Tóquio, quando Simone Biles, melhor ginasta do mundo e uma das vítimas, desistiu de algumas provas alegando problemas de saúde mental. As ginastas também processaram o FBI por negligência na investigação depois dos Jogos.
Disponível na Netflix (103 min.)

Big Little Lies
Uma morte é investigada em flashback na rica Monterey, na Califórnia. Em comum, as suspeitas têm filhos que estudam na mesma escola. Uma delas é Celeste (Nicole Kidman), presa a uma relação abusiva com o marido violento. Outra é Jane (Shailene Woodley), cujo filho é fruto de um encontro que terminou em estupro. A série teve uma segunda temporada, mas a boa mesmo é a primeira.
Disponível na HBO Max (2 temporadas)

Dois Verões (novidade)
Dois verões separados por 30 anos são retratados nesta boa minissérie belga recém-lançada. O reencontro de amigos de juventude começa sob suspense quando o anfitrião recebe cópia de um vídeo em que rapazes da turma (ele incluso) estupram uma das garotas, que "apaga" depois de consumir um coquetel de bebidas e pílulas. É certo que o/a chantagista está entre eles, mas quem seria? Culpa, consentimento e remorso são passados a limpo.
Disponível na Netflix (6 episódios)

O Escândalo
O filme traz bastidores do escândalo sexual que abalou a Fox News e deu força ao movimento MeToo. Apresentadora veterana (Nicole Kidman) denuncia o CEO da rede, Roger Ailes (John Lithgow), por assédio sexual. Outras mulheres se juntam à acusação, incluindo a principal âncora (Charlize Theron) e a vítima mais recente (Margot Robbie). Leia a crítica na Folha.
Disponível no Prime Video (109 min.)

I May Destroy You
A jovem escritora Arabella vai a uma balada regada a bebida e drogas e acorda no dia seguinte sem lembrança da noite e com um ferimento na testa. Ao tentar recriar os eventos de seu blecaute, descobre que foi vítima de um "boa noite, Cinderela" seguido de estupro. A ótima minissérie de 2020 acompanha a jornada pós-trauma e expõe temas como o stealthing —quando o homem retira a camisinha durante o ato sexual sem consentimento da(o) parceira(o). A série inglesa foi criada, roteirizada e protagonizada por Michaela Coel, ela própria vítima de estupro. Leia a crítica de Luciana Coelho.
Disponível na HBO Max (12 episódios)

Inacreditável

O título é mais do que apropriado para esta série inspirada em fatos reais. Uma adolescente é surpreendida e estuprada em casa por um homem mascarado. Não bastasse a violência sofrida, a jovem é humilhada no interrogatório e chega a ter seu estado mental questionado. Duas detetives (Toni Collette e Merritt Wever) que investigam casos separados, percebem semelhanças no modus operandi do estuprador e unem forças. Leia crítica de Luciana Coelho.
Disponível na Netflix (8 episódios)


Nunca, Raramente, às Vezes, Sempre (novidade)
Em uma conservadora comunidade da Pensilvânia, jovem de 17 anos descobre que está grávida. Como o estado tem leis rígidas contra o aborto, vai escondida com a prima a Nova York para procurar uma clínica. Lá, a assistente social levanta questões que podem ser respondidas com múltipla escolha: nunca, raramente, às vezes, sempre. Filme de 2020 premiado no Festival de Berlim, dirigido e escrito por Eliza Hittman, que chega agora ao catálogo da Star+.
Disponível no Star+ (101 min.)

The Morning Show
Os bastidores de uma rede de TV são sacudidos com a notícia de que Mitch (Steve Carrell), famoso coapresentador do programa matinal da emissora, é acusado de assédio sexual e afastado. Uma repórter jovem e combativa (Reese Witherspoon) é escolhida para ancorar o jornal ao lado da veterana Alex (Jennifer Aniston). A minissérie aborda a rotina de abusos de poder em relações de chefia e a dificuldade masculina de entender o que é consentimento. Leia a crítica de Luciana Coelho.
Disponível na Apple TV+ (2 temporadas)

O Último Duelo
Um épico medieval na era do MeToo. O roteiro traz três versões para a história de um estupro na França do fim do século 14. Um ele-disse, ele-disse, ela-disse. O soldado Jean de Carrouge (Matt Damon) acusa Jacques le Gris (Adam Driver) de estuprar sua mulher (Jodie Comer) e pede um duelo para atestar a verdade "de acordo com a vontade de Deus", em que a versão do vencedor prevalece. Curioso que mesmo na versão de Le Gris, que se diz inocente, a relação sexual foi sem consentimento. "É claro que ela resistiu como de costume por ser uma dama, mas não foi contra a vontade dela", diz Le Gris em sua defesa. Leia a crítica na Folha.
Disponível no Star+ (152 min.)

O que tem de novo

Donnie Brasco
Ótimo policial dos anos 1990, "Donnie Brasco" foi recentemente incluído no catálogo da HBO Max. O filme com Johnny Depp e Al Pacino se passa nos anos 1970, quando um agente do FBI (Depp) consegue se infiltrar em uma família da máfia e passa anos coletando informações, deixando sua própria identidade em segundo plano.
Disponível na HBO Max (147 min.)

Only Murders in the Building
A divertida série traz novamente o trio Steve Martin, Martin Short e Selena Gomez envolvido em um mistério —quem viu a primeira temporada até o fim já tem uma ideia. Os dois primeiros episódios (de apenas 30 minutos) da nova safra de dez já estão disponíveis, e são cheios de autorreferências. O importante é saber que os três moradores resolvem reativar o podcast, agora um sucesso, no qual relatam mais uma investigação de assassinatos apenas no prédio.
Disponível no Star+ (2 temporadas)


Rise
A vida do astro da NBA Giannis Antetokounmpo dava um filme. E deu. A primeira parte da trama é mais centrada nos pais do atleta, que imigraram ilegalmente da Nigéria para a Grécia deixando o primogênito para trás. Na Europa, trabalharam na ilegalidade e tiveram mais filhos, que foram prejudicados pela recusa sistemática do governo de conceder visto ao casal. O final é conhecido e feliz, como um bom filme da Disney.
Disponível na Disney+ (113 min.)

​Dica de graça

Ida
Prestes a se tornar freira no convento em que foi criada, uma mulher descobre histórias do passado de sua família na Polônia ligadas ao período em que o país foi invadido pela Alemanha nazista. De volta à cidade natal, ela começa a questionar sua identidade. O longa de Pawel Pawlikowski tem belíssima fotografia em preto e branco e venceu o Oscar de filme estrangeiro em 2015.
Disponível no Sesc Digital Cinema em Casa, gratuitamente, até 30/7 (80 min.)

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