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'A Casa do Dragão' leva feminismo ao mundo de 'Game of Thrones'

Com sangue e sexo de sobra, série que chega ao catálogo da HBO Max neste domingo é mais do mesmo em Westeros

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A Casa do Dragão

  • Quando Estreia neste domingo (21), na HBO Max, e na segunda (22), nos canais Warner Channel, TNT, TNT Séries e Space
  • Classificação não definida
  • Elenco Matt Smith, Olivia Cooke e Emma D'Arcy
  • Produção EUA, 2022
  • Criação George R.R. Martin e Ryan J. Condal

Três anos atrás, o inverno finalmente chegou. Depois de oito temporadas, "Game of Thrones", a série de maior sucesso da década passada, terminou em maio de 2019. Para muitos, terminou mal. O destino de personagens como Jon Snow e Daenerys Targaryen decepcionou boa parte dos fãs.

Àquela altura, a HBO já planejava um sucessor para o programa. Pelo menos três projetos diferentes entraram em desenvolvimento, todos baseados em obras do autor George R. R. Martin. O que acabou vingando estreia neste domingo (21), cercado de enorme expectativa.

A princesa Rhaenyra Targaryen, papel de Milly Alcock, protagonista de 'A Casa do Dragão', derivado de 'Game of Thrones'
A princesa Rhaenyra Targaryen, papel de Milly Alcock, protagonista de 'A Casa do Dragão', derivado de 'Game of Thrones' - Ollie Upton/HBO Max

"A Casa do Dragão" é o que os americanos chamam de "prequel", um derivado cuja história se desenrola num período anterior ao do original —neste caso, quase 200 anos antes dos acontecimentos de "Game of Thrones".

A série usa trechos do livro "Fogo & Sangue", lançado por Martin em 2018. Não se trata de um romance convencional, mas de uma "história" da dinastia Targaryen, "escrita" pelo arquimeistre Galdwyn, uma espécie de monge, cerca de um século antes do nascimento de Daenerys.

Os Targaryen vieram de Valíria, a cidade que comandou um grande império no continente de Essos. Valíria foi destruída por uma catástrofe vulcânica e os Targaryen fugiram para o continente vizinho, Westeros, na posse de duas armas poderosas: as confeccionadas com o indestrutível aço valiriano e, principalmente, os dragões.

O rei Aegon 1º conquistou os sete reinos de Westeros e unificou-os num só, instalando sua capital em Porto Real. Os três séculos seguintes foram de paz, mas uma crise sucessória se abre quando o rei Viserys, o quinto da dinastia Targaryen, imagina que não terá filhos homens depois que sua mulher morre no parto. É neste ponto que começa a narrativa de "A Casa do Dragão".

A julgar pelos seis dos dez episódios enviados à imprensa, o enredo é menos complexo que o de "Game of Thrones", que tinha duas tramas principais, a disputa pelo Trono de Ferro pelos líderes dos diversos reinos de Westeros e a ameaça dos mortos-vivos, contidos por uma gigantesca muralha no norte do continente.

Em "A Casa do Dragão" há menos personagens, e quase todos pertencem à dinastia dos Targaryen ou orbitam em torno dela. Em contrapartida, há mais dragões. Eram só três no original e, agora, são vários, controlados pelos Targaryen e seus aliados valirianos, os Velaryon. Logo na primeira cena, um deles sobrevoa Porto Real, e o espectador familiarizado irá reconhecer pontos importantes da cidade, como a Fortaleza Vermelha.

Visaerys, vivido por Paddy Considine, tem uma filha, Rhaenyra, interpretada na primeira fase por Milly Alcock. A garota é inteligente e sabe comandar dragões, mas, por ser mulher, não é considerada pelo conselho dos lordes como uma herdeira viável ao Trono de Ferro.

Forçado a apontar um sucessor, Visaerys escolhe seu irmão Daemon, um guerreiro dado a rompantes violentos. O personagem coube a Matt Smith, que foi o príncipe Philip das duas primeiras temporadas de "The Crown". No entanto, depois que Daemon se comporta de maneira aviltante, o rei muda de ideia e aponta Rhaenyra como sua herdeira, o que vai contra a tradição.

Visaerys se casa de novo com a nobre adolescente Alicent Hightower, a melhor amiga de Rhanenyra, vivida por Olivia Cooke, e logo o casal tem um filho homem. Rhaneyra, por sua vez, que na fase adulta é interpretada por Emma D’arcy, se casa com seu primo Laenor Velaryon, papel de John MacMillan, e seu primogênito também é um menino. Intrigas palacianas e lealdades cambiantes esquentam a disputa pelo trono.

"A Casa do Dragão" enfrenta um grande desafio. Precisa ter o mesmo clima épico de sua antecessora e, ainda assim, se diferenciar. Para garantir isso, a HBO convocou nomes como o diretor Miguel Sapochnik e o compositor Ramin Djawadi, veteranos de "Game of Thrones".

O resultado é mais do mesmo, com um sabor ligeiramente diferente. Os figurinos fantasiosos agora incorporam referências orientais e bizantinas. Os interiores também são mais rústicos e também menos pudicos, já que os aposentos reais ostentam murais pornográficos. Mas o infame Trono de Ferro, composto por centenas de espadas, já está lá, e finalmente alguém se machuca com uma de suas muitas lâminas.

Como esperado, também há violência de sobra, mas o ritmo dos acontecimentos é menos brusco do que em "Game of Thrones" e a tensão vai se acumulando aos poucos. Talvez exploda no nono episódio, sempre o mais crucial das temporadas da série original.

Erramos: o texto foi alterado

O templo religioso Septo de Baelor não aparece na série "A Casa do Dragão", como afirmava incorretamente versão anterior deste texto.

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