Descrição de chapéu Rock in Rio

Iron Maiden faz no Rock in Rio show para fãs e críticos de Bolsonaro com som baixo

Grupo britânico arrematou os metaleiros, que se dividiram entre gritos de 'fora' e de 'mito' para o presidente da República

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Rio de Janeiro

Banda cujo nome se confunde com o do próprio Rock in Rio, o Iron Maiden retornou ao festival na noite desta sexta-feira, para o principal show do primeiro dia do evento deste ano. A apresentação começou morna, teve problemas técnicos de som baixo, mas decolou na parte final.

Show do Iron Maiden, no palco Mundo, durante o primeiro dia do Rock in Rio
Show do Iron Maiden, no palco Mundo, durante o primeiro dia do Rock in Rio - Eduardo Anizelli/Folhapress

A expectativa para o show era quase palpável desde cedo no Parque Olímpico, já que as camisetas da banda –tão famosas que são usadas até por quem não gosta do grupo– foram febre no dia do metal do Rock in Rio. Foi um indicativo do apelo do sexteto britânico, que esteve no palco principal do festival em sua primeira e última edição, em 1985 e 2019, respectivamente, além das edições de 2001 e 2013.

A apresentação deste ano, aliás, é da mesma turnê que a de 2019, "Legacy of the Beast", mas agora o setlist foi incrementado com canções de "Senjutsu", álbum que o grupo lançou no ano passado.

As três primeiras músicas tocadas foram do disco recente –"Senjutsu", "Stratego" e "The Writing on the Wall". Foi o momento mais melancólico do show, com um som tão baixo que quem estava mais distante do palco mal conseguia ouvir.

A plateia puxou gritos de "aumenta o som" e até vaiou o volume baixo, algo imperceptível para a banda no palco. As reclamações continuaram em "Revelations", "Blood Brothers", "Sign of the Cross" e "Flight of Icarus", quando o som ficou um pouco mais alto.

Em "Fear of the Dark", clássico da banda dos anos 1990, os gritos do público já eram mais altos do que o som do palco. O vocalista Bruce Dickinson cantou a música segurando uma luz verde, e o público acompanhava com as vozes os fraseados na guitarra, como é tradição nos show do Iron Maiden.

A plateia já estava ganha quando a banda puxou "Hallowed Be Thy Name" e "The Number of the Beast", hits que posicionaram o Iron Maiden como um dos maiores nomes da história do rock. Em "Iron Maiden", a mascote monstrenga do grupo, Eddie, surgiu gigante ao fundo do palco com seu rosto de caveira.

Em "The Trooper", Eddie retornou andando pelo palco em meios aos músicos —Steve Harris, no baixo, Dave Murray, na guitarra, Adrian Smith, também na guitarra, Nicko McBrain, na bateria, e Janick Gers, na guitarra, além de Dickinson, vestido com uma roupa que estampava a bandeira do Reino Unido. Depois, o vocalista levantou uma bandeira do Brasil.

Sempre saudado por gritos do público entre as performances, o Iron Maiden tocou ainda "The Clansman" e "Run to the Hills" antes de o público trocar tímidas manifestações políticas.

Parte da plateia xingou o presidente Jair Bolsonaro, do Partido Liberal, mas houve quem também vaiasse o coro com gritos de "mito". As manifestações não chegaram a ter grandes proporções, mas foram suficientes para que ao show destoasse das outras apresentações, que tiveram manifestações amplamente contrárias ao presidente da República.

O Iron Maiden ainda retornou ao palco para encerrar com "Aces High". A última música, aliás, foi tocada com a banda embaixo da réplica de um avião da Segunda Guerra, assim como no show de 2019 no Rock in Rio.

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