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Novo 'Call of Duty' aposta na América Latina para superar antecessor

'Modern Warfare 2' terá boa parte da campanha ambientada no México

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São Paulo

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Com lançamento previsto para a próxima sexta-feira (28), "Call of Duty: Modern Warfare 2" tem a difícil missão de superar o seu antecessor. Lançado em 2019, o reboot "Call of Duty: Modern Warfare" é atualmente o jogo de maior sucesso da tradicional franquia de FPSs (jogos de tiro em primeira pessoa) da Activision, tendo faturado mais de US$ 1 bilhão (R$ 5,16 bilhões) e vendido mais de 30 milhões de cópias em um ano.

Para conseguir essa façanha, a sequência aposta em mudanças pontuais na jogabilidade (para não afastar fãs do título inicial) e em um novo cenário: a América Latina. Boa parte da campanha de "COD: MW2" se passa no México, onde a equipe de soldados de elite que protagoniza a série se une ao coronel Alejandro Vargas, das Forças Especiais do México, para lutar contra um cartel de drogas que se associou a um grupo terrorista.

A série, porém, tem um histórico de polêmicas com países representados em seus jogos. Foi o caso do título de 2019, acusado de "russofobia" pela forma como representou o exército da Rússia, levando inclusive a Sony decidir não vender a versão para PlayStation do jogo em sua loja virtual naquele país.

Um problema que o mexicano Rodrigo Perez, gerente sênior da franquia para a América Latina, acredita que não se repetirá neste ano. "Temos funcionários no estúdio que trabalham no México. Eles tiveram muitas discussões e cuidado em como representar o país", afirmou em entrevista à Folha.

"Temos uma expectativa muito grande para a América Latina. Sabemos que a comunidade é muito exigente, especialmente os usuários do Brasil. Vamos fazer muitas coisas que nunca fizemos na franquia com a região e estamos muito ansiosos para que vejam tudo em breve."

O reboot de "COD: Modern Warfare", em 2019, foi um grande sucesso. Qual é a expectativa para esta sequência? Claro que são ainda maiores. "Modern Warfare" é uma franquia que desde 2007, quando foi lançado o primeiro jogo, mudou a maneira como os FPSs eram vistos. Ele mudou a estatura desses jogos na indústria. Fazer um reboot foi arriscado. Sabemos que esta é uma das franquias mais amadas pelos fãs, que estão há muitos anos jogando "COD", mas também acreditamos que é bom arriscar.

O reboot, apesar de retomar os personagens originais, conta outra história. Os conflitos fictícios do mundo de "COD" mudaram e, nos últimos dois ou três anos, a franquia também mudou. Lançamos "Warzone" alguns meses depois de "COD: MW" e a franquia tem agora outra estatura, outra forma de levar esse conteúdo para a comunidade. Nós amamos a maneira como a comunidade abraçou a nova forma de jogar "COD". Então a expectativa agora é muito alta.

O objetivo, em primeiro lugar, é entregar algo que os fãs estão esperando. Sabemos que "Modern Warfare" não é um jogo qualquer na indústria. Queremos que as melhorias e pequenos ajustes e mudanças que fazemos para que o jogo tenha uma cara de novidade agradem as pessoas e, com isso… Bom, o sucesso é consequência.

O mercado vem mudando e hoje temos FPSs gratuitos muito populares, inclusive "COD: Warzone". Acredita que isso pode diminuir o sucesso de "Modern Warfare 2"? O que o título dá a mais para o consumidor para fazer valer a compra? Tomamos muito cuidado para que "Modern Warfare 2" seja um produto completo. Queremos fazer com que a espera por um "Call of Duty", por um "Modern Warfare", seja recompensada. Temos uma campanha que está assumindo muitos riscos, está mudando muito em relação ao título anterior. Um modo multijogador com vários mapas, muitas armas, diversos modos de jogar.

Acreditamos que o valor está nas pessoas jogarem como quiserem com seus amigos, e que isso conecte as pessoas. Ao fim, o que buscamos com "Modern Warfare 2", e com "COD" em geral, é conectar a comunidade, que ela tenha a melhor experiência e que a espera para comprar um game seja recuperada com horas de jogo. Com uma campanha que faça você dizer: "Uau, gostei muito". E que depois os jogadores se mantenham engajados com as temporadas, com novos mapas multijogador… Sempre vai ter algo novo. Esse é o valor envolvido e o tempo que queremos devolver à comunidade.

Rodrigo Perez, gerente sênior da franquia 'Call of Duty' para a América Latina
Rodrigo Perez, gerente sênior da franquia 'Call of Duty' para a América Latina - Divulgação

O jogo passou por um período de teste em beta aberto em setembro. O que acharam da receptividade dos fãs nesse primeiro contato? Foi o nosso beta de maior sucesso, com mais horas jogadas, mais pessoas conectadas. Tínhamos muitas coisas para testar, mapas novos, algumas melhorias, mudanças… As pessoas que jogam "Modern Warfare" são muito exigentes. Exigem perfeição em todos os detalhes. O som da arma, como a câmera se move quando o personagem se agacha…

Tiveram mudanças muito sutis do jogo anterior em relação a este e já no beta as pessoas notaram. Por exemplo, o novo salto, que é um salto para frente. A câmera tem que se comportar como se o jogador estivesse caindo com o peito no chão. Tínhamos muita curiosidade de ver como a comunidade receberia essas mudanças.

As alterações precisam ser graduais, para que não mude o que os fãs gostam. Às vezes, em uma sequência, não é porque você adiciona 10 mil coisas que a jogabilidade melhora. O jogador tem que sentir que o novo jogo é uma evolução e não uma mudança. Acho que neste caso, pelo feedback que recebemos, as pessoas gostaram das mudanças. Estamos felizes por saber disso. Agora a expectativa está lá no alto.

"Modern Warfare 2" marca o retorno da franquia "COD" para a loja Steam depois de cinco anos. O que mudou nesse período? Quando lançamos "Modern Warfare" [em 2019] optamos pela opção de cross-play porque queríamos que as pessoas pudessem jogar online com os outros, não importando em que plataforma. Agora, com a disponibilização do jogo na Steam, as pessoas têm ainda mais opções. Sabemos que é uma plataforma gigantesca, muito importante na América Latina. Simplesmente estamos dando para a comunidade uma opção a mais para jogar "Modern Warfare 2".

O início da Guerra da Ucrânia mudou de alguma forma o desenvolvimento ou a estratégia de divulgação do jogo? "COD" é um produto de ficção. Não buscamos mostrar a realidade, nem qualquer conflito que exista no planeta. Acreditamos que a comunidade também veja "COD" dessa forma, como um jogo de ficção. Temos muitos assessores e fazemos várias pesquisas para desenvolver o jogo.

Neste ano, boa parte da campanha se passa no México. Temos funcionários no estúdio que trabalham no México. Eles tiveram muitas discussões e cuidado em como refletir um país. Nunca tivemos tanto conteúdo baseado em um país da América Latina quanto veremos do México este ano. Tentamos fazer uma representação muito respeitosa e, ao mesmo tempo, interessante para os jogadores, mas é uma ficção também. No fim, o objetivo de "Modern Warfare 2" é entreter a comunidade.

O sr. acredita que isso ajudará a aumentar a venda do jogo na América Latina? Temos uma expectativa muito grande para a América Latina. Sabemos que a comunidade é muito exigente, especialmente os usuários do Brasil. Vamos fazer muitas coisas que nunca fizemos na franquia com a região e estamos muito ansiosos para que vejam tudo em breve. Temos surpresas muito boas, não só para o México e para o Brasil, mas para toda a América Latina.

Muitas pessoas veem jogos como os da série "COD" como incentivadores de uma cultura de glorificação das armas e da violência. Como o sr. encara essas críticas? O jogo é classificado para adultos e, como eu disse, serve para entreter. Não é diferente de uma série de televisão ou um filme. Esse é o principal objetivo, entreter. Não buscamos glorificar a violência de forma nenhuma.


Play

dica de game, novo ou antigo, para você testar

Cyberpunk 2077

(PC, Xbox One/X/S, PS 4/5)

Eu já falei muito mal desse jogo. Quase dois anos depois do seu lançamento e após dezenas de patches, resolvi entrar na onda de renascimento do game e dar uma nova chance para o último lançamento da CD Projekt Red. Agora, jogando em um PlayStation 5, posso dizer que muitos dos bugs que "Cyberpunk 2077" apresentava em seu lançamento foram resolvidos. O título está longe de ser a obra-prima que se esperava dos criadores de "The Witcher 3" e ainda fica abaixo das altíssimas expectativas criadas no seu lançamento, mas é divertido. Se você também se decepcionou com o título há dois anos e ainda não pediu reembolso, vale tirar o disco do fundo da gaveta e dar mais uma chance para ele.


Update

novidades, lançamentos, negócios e o que mais importa

  • A Microsoft planeja lançar uma loja de jogos para celulares para concorrer com Apple e Google, afirma o site The Verge. A publicação encontrou indicações da ambição da empresa de Bill Gates em documentos enviados para a CMA (entidade reguladora de mercado do Reino Unido), que avalia a compra da Activision Blizzard pela Microsoft.
  • A Mojang anunciou em uma live seus planos para o futuro de "Minecraft". Entre as novidades estão a inclusão de novos materiais (bambu), objetos (estantes de livro interativas) e dromedários. Além disso, o evento serviu para revelar mais informações de "Minecraft Legends", novo jogo da franquia com lançamento previsto para 2023.
  • Depois de pedir que os fãs boicotem o jogo "Bayonetta 3" e dizer que recebeu uma oferta de apenas US$ 4.000 para trabalhar no jogo, a dubladora Hellena Taylor afirmou no Twitter que a proposta inicial que ela recebeu, na verdade, foi de US$ 15 mil. Após recusar essa proposta a PlatinumGames, desenvolvedora do jogo, teria feito a oferta de US$ 4.000 por uma participação menor.
  • Oito anos depois do lançamento de "The Sims 4", a Eletronic Arts anunciou que está desenvolvendo um novo jogo da série. Apelidado de "Projeto Rene", o novo game está em estágio inicial de desenvolvimento e não tem data de lançamento definida. Ainda assim, a empresa mostrou para os fãs um pouco do material em que estão trabalhando no evento virtual "Behind The Sims Summit".
  • O vice-presidente de games da Netflix, Mike Verdu, afirmou que a empresa "pensa seriamente em oferecer jogos na nuvem" no futuro. A revelação foi feita durante entrevista do executivo no TechCrunch Disrupt e significaria uma mudança no atual projeto da empresa para games, focado exclusivamente em jogos para celulares. A Netflix também anunciou que abrirá um novo estúdio de games na Califórnia sob o comando de Chacko Sonny, que trabalhou na Blizzard como produtor executivo de "Overwatch".
  • Dez anos depois do lançamento do último game da série "Silent Hill", a Konami anunciou cinco novos projetos da franquia. Estão sendo produzidos três novos jogos, incluindo um remake de "Silent Hill 2" para PlayStation 5 e PC, um filme e uma série interativa, sendo esta última a única que ganhou uma previsão de lançamento: 2023.

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games que serão lançados nos próximos dias e promoções que valem a pena

25.out

"Garbage Pail Kids: Mad Mike And The Quest For Stale Gum": preço não disponível (PC, Switch, Xbox One, PS 4)

27.out

"Saturnalia": R$ 99,99 (Switch), preço não disponível (PC, Xbox One/X/S, PS 4/5)

"Signalis": R$ 117,45 (Switch), preço não disponível (PC, Xbox One, PS 4)

"Star Ocean The Divine Force": R$ 249,90 (PC), R$ 299,90 (Xbox One/X/S, PS 4/5)

28.out

"Bayonetta 3": R$ 299 (Switch)

"Call of Duty: Modern Warfare 2": R$ 299,90 (PC), R$ 329,90 (Xbox One/X/S, PS 4/5)


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