Ivete Sangalo, que acaba de lançar o EP "Chega Mais", diz não acreditar que o axé tenha se tornado algo sazonal, isto é, que só toca no Carnaval. É o que a cantora disse em entrevista à Folha ao ser questionada se o gênero estava perdendo espaço.
"Quando a música da Bahia ocupava os dez primeiros lugares das mais tocadas, ela se sobrepôs a outro segmento que também já esteve ali. É um rito que se repete", afirmou. "Não é exclusivo da música da Bahia. Não concordo que seja sazonal. É que, no verão, toda música fortalecida por movimentos populares toma uma proporção maior."
Ivete, assim como outras figuras do axé de porte, como Daniela Mercury, não costumam ter dificuldade para preencher as datas de suas agendas de shows, mas as músicas de axé não estão mais entre mais ouvidas do país nas plataformas de streaming ou nas emissoras de rádio.
O gênero vem perdendo espaço progressivamente. É o que aponta o Ecad, instituto que registra as cifras de arrecadação de direitos autorais. No Carnaval de 2011, 28 das 50 músicas mais bem-sucedidas eram de axé. Em 2018, por exemplo, foram 6 músicas, o que representa uma queda de quase 80%.
Uma pesquisa do Datafolha realizada em julho de 2022 apontou um resultado semelhante ao investigar os gêneros musicais mais ouvidos por jovens entre 15 e 29 anos. Ao serem questionados sobre o que mais gostam, 30% indicaram sertanejo. O segundo lugar é dividido entre funk, pop e rap, que empataram com 24% das respostas. O axé não aparece entre os 10 gêneros de destaque.
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