Com a explosão recente de sites como o OnlyFans e o Privacy, ficou difícil de se destacar no mar de famosos, anônimos e atores pornô profissionais dispostos a mostrar tudo nessas plataformas, repletas de fotos e vídeos de nudez e sexo explícito.
Por isso, muitos dos modelos mais seguidos dessas redes sociais contam com equipes enormes nos bastidores, ajudando não apenas na produção de ensaios sensuais e gravações quentes, mas também na identificação do tipo de conteúdo que mais bomba na internet e, assim, mais traz assinantes ao perfil.
Thomaz Costa, por exemplo, que esteve no elenco do reality show A Fazenda e da novela infantil "Carrossel", diz ter sete pessoas na equipe, que cuidam do marketing, das publicações em si, do contato com os clientes e, claro, que estudam tendências e o retorno que cada post dá.
"Há todo um estudo feito para entender o que os seguidores mais pedem, que é o conteúdo caseiro. Acaba permitindo que as pessoas criem uma fantasia na cabeça delas. Há um senso maior de intimidade", diz o ator.
"Fazemos os ensaios profissionais para complementar, mas o foco é o caseiro, porque é o que o público mais gosta. Só que por ser mais espontâneo, não é todo dia que dá para produzir", continua Thomaz, comparando a tendência ao hábito contemporâneo de "mandar nudes".
Hoje no Privacy, onde cobra R$ 89,90 mensais dos assinantes, o ator compartilha com frequência registros em que balança o pênis ereto por dentro da cueca ou em que deixa a câmera deslizar pelo corpo junto aos jatos de água do chuveiro, gravados com o próprio celular.
É uma evolução natural da pornografia tradicional, acredita Diego Sans, brasileiro que é um dos mais buscados do pornô gay internacional, mas decidiu criar uma página no OnlyFans para concentrar conteúdo amador.
Num de seus vídeos mais vistos, o sexo num quarto de hotel é súbita e comicamente interrompido pela entrada de um funcionário. Ele não tira a roupa e se junta à ação, evitando assim um dos maiores clichês da pornografia. Só causa risos, até que a dupla volte a transar.
"Essas plataformas são uma ameaça para as produtoras tradicionais, mas também acredito que elas vão se manter. Muitas, inclusive, estão adaptando seus vídeos para a demanda por pornô amador. As produtoras agora vão ter que dividir o lucro com os modelos, o que eu acho mais que justo", diz.
Bauer Rodrigues, que já foi o principal fotógrafo da G Magazine, vê a ascensão do OnlyFans com maus olhos justamente por transformar a estética do erotismo.
"Eu tinha vários clientes de conteúdo erótico. Todos sucumbiram. Todos faliram. Ninguém mais procura meu trabalho. Por isso que fui tentar uma dessas plataformas, mas também não deu certo. Hoje em dia só querem o amador", diz.
Faz cerca de um ano que Bauer encerrou a conta com 13 assinantes que mantinha no OnlyFans. As fotos em estúdio, com corpos masculinos lustrosos besuntados em óleo, não atraíam fãs e, quando o faziam, acabavam vazadas na internet, numa espécie de "máfia dos prints".
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