Descrição de chapéu Filmes

De Elizabeth Olsen a Jimmy Fallon, artistas manifestam apoio à greve de roteiristas

Paralisação começou após negociações sobre salários terminarem sem acordo com grandes estúdios

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Estrelas de Hollywood e da televisão americana manifestaram apoio à greve dos roteiristas, paralisação que começou oficialmente na terça-feira (2).

A atriz Elizabeth Olsen, de "WandaVision", afirmou ao site Variety ser importante fazer mudanças para garantir melhores condições de vida aos artistas.

Manifestação durante a última greve de roteiristas dos EUA, em 2007 - Chris Delmas / AFP

"Precisamos reimaginar estruturalmente como pessoas de todos os níveis podem continuar ganhando a vida agora que temos esses serviços de streaming", afirmou a atriz, que estrela a nova série da HBO Max, "Amor e Morte".

"Atores que costumavam ganhar dinheiro pela reexibição não podem mais porque são pagos por um único dia. Depois, o conteúdo vai para um serviço de streaming, mas os artistas não veem um centavo."

Criador da série "Lost", o roteirista Damon Lindelof diz que a indústria mudou radicalmente, razão pela qual as condições de trabalho também precisam mudar.

"Não acho que nossas lideranças nem os membros do sindicato de roteiristas sejam irracionais. Acho que o negócio mudou drasticamente e nosso acordo precisa refletir essa mudança."

Estrela da "Mamma Mia" e "Meninas Malvadas", Amanda Seyfried diz que a paralisação é necessária. "Eu não entendo qual é o problema. Tudo mudou com o streaming e todos deveriam ser recompensados por seu trabalho. É muito fácil."

O apresentador Jimmy Fallon, cujo programa foi paralisado pela greve, também demonstrou apoio aos roteiristas. "Farei todo o possível para apoiar o sindicato de roteiristas. Eu não poderia fazer o programa sem eles. Eu não teria programa se não fosse pelos meus escritores. Eu os apoio o tempo todo."

Milhares de roteiristas de cinema e televisão entraram em greve na terça (2), lançando Hollywood em turbulência enquanto o setor de entretenimento enfrenta mudanças desencadeadas pelo boom global do streaming.

Apesar disso, os efeitos da paralisação devem ser menores do que os registrados entre 2007 e 2008, quando uma greve interrompeu ao menos dez séries de grande porte e causou uma crise que levou anos para ser devidamente estancada.

Segundo Ted Sarandos, um dos diretores da Netflix, a plataforma tem um material robusto para ser lançado ao longo de todo o ano e produções prontas ao redor do mundo, o que diminuiria o impacto da greve ao menos no streaming.

O cenário é parecido no cinema. Na programação de 2023, a maioria dos estúdios já tem lançamentos previstos para este ano que estão finalizados e outros que já estão em processo de pré-produção com roteiros finalizados.

O Sindicato de Roteiristas dos Estados Unidos —WGA, na sigla em inglês— convocou sua primeira paralisação em 15 anos após não conseguir chegar a um acordo com estúdios como a Disney e a Netflix. A última greve durou cem dias e custou à economia da Califórnia mais de US$ 2 bilhões.

"O comportamento das empresas criou economia de bicos dentro da força de trabalho sindicalizada e sua postura inamovível nesta negociação demonstrou o compromisso de desvalorizar ainda mais a profissão de escritor", diz o WGA, que representa cerca de 11,5 mil roteiristas.

A Organização de Produtores de Cinema e Televisão, a AMPTP, que representa os estúdios, disse, na noite de segunda (1), que ofereceu "aumentos generosos na compensação" aos roteiristas, mas os dois lados não conseguiram chegar a um acordo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.