Descrição de chapéu Artes Cênicas

Ator que casou Zé Celso e se feriu em incêndio pede alta de hospital para se despedir

Ricardo Bittencourt, amigo do dramaturgo e de Marcelo Drummond há mais de 30 anos, está infectado com Covid-19

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São Paulo

Internado no Hospital São Paulo, o ator Ricardo Bittencourt pediu para ter alta para prestar homenagens a Zé Celso, o revolucionário ator e dramaturgo do Teatro Oficina morto nesta quinta-feira (6) aos 86 anos.

No momento em que conversava com a reportagem, os médicos do hospital visitaram seu quarto para dar alta ao paciente. O ator, no entanto, ainda aguarda no leito antes de deixar o hospital devido a um aumento súbito na pressão.

O ator e dramaturgo Zé Celso - Folhapress

Bittencourt foi mestre de cerimônias, há um mês, do casamento entre o diretor e o ator Marcelo Drummond. Ele estava no apartamento de Zé Celso na terça-feira (4) no momento em que um incêndio consumiu o imóvel. Ele e o também ator Victor Rosa ajudaram no socorro e sofreram queimaduras leves.

"Zé Celso se preparou para a eternidade. Ele deixa milhares de peças que ainda não foram publicadas e que podem ser encenadas", disse. "Ele germinou o teatro brasileiro, formando gerações de atores. Eu sou amigo de Marcelo [Bittencourt] e de Zé há mais de 30 anos. São a minha família. A grandeza de Zé Celso só é comparável aos gênios da história do teatro mundial."

Infectado com Covid-19, Drummond está internado numa ala reservada. Ainda não se sabe se ele conseguirá se despedir do marido, com quem viveu durante 37 anos.

No momento, Ana Sette, produtora do Oficina, o ator Igor Marotti e a médica e atriz Luciana Domschke estão reunidos no interior do hospital. Integrantes da companhia também se encaminham para reverenciar o líder do Teatro Oficina. "Perdi o grande amor da minha vida", afirmou Sette, emocionada.

O atestado de óbito ainda não foi emitido. Nos últimos dias, ela liderou uma corrente de orações para a melhora de Zé Celso. Na fila para entrar no hospital, lembrou a espontaneidade de seu ato, correspondendo o comportamento que o artista adotava em vida.

"Não pensamos agora no futuro do Oficina. Só mesmo o presente. É mais adequado vivenciar aquilo que é mais misterioso. Para falar sobre Zé Celso, tudo fica pequeno perto dele", disse ela.

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