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'Barbie' é espetáculo visual com debate existencialista; Folha viu, confira impressões

Longa de Greta Gerwig chega aos cinemas nesta quinta (20) e desperta reações diferentes sobre seu tom existencial

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São Paulo

"Barbie" chega nesta quinta-feira (20) aos cinemas como um dos longas mais aguardados do ano. Essa que deve se sagrar como uma das maiores bilheterias de 2023 tem Margot Robbie no papel-título, ao lado de Ryan Gosling no papel de um apaixonado Ken.

Cena do filme 'Barbie' - Divulgação

A Folha já viu e traz diferentes impressões sobre o lançamento de Greta Gerwig, conhecida por trabalhos como "Lady Bird" e "Adoráveis Mulheres", e que assumiu a missão dada pela Mattel, a fabricante do brinquedo, de dar sustância e personalidade —além de debater feminismo com um tom existencial— ao trabalho.

Veja abaixo o vídeo em que Alessandra Monterastelli, Bárbara Blum, Guilherme Luis e Henrique Artuni, da Ilustrada, e Isabella Faria, da TV Folha, acharam de "Barbie".

'Enredo vira jogada de marketing com a Mattel', diz Alessandra Monterastelli, repórter da Ilustrada

"Barbie" é visualmente eletrizante pelos tons de rosa usados à exaustão e, ao mesmo tempo, nostálgico. As interações de Margot Robbie com o cenário atiçam a memória de quem já brincou com a boneca e seus acessórios. Greta Gerwig como diretora foi uma escolha perspicaz, visto que se trata do nome ideal para adicionar, com bastante ironia, a crítica feminista a um filme que, a priori, seria apenas sobre um brinquedo. Apesar de conferir momentos emocionantes, o roteiro patina quando exagera no sentimentalismo existencialista. A Mattel entra no enredo como personagem, o que torna o longa uma grande jogada de marketing.


'Ironia vazia e melodrama nostálgico', diz Bárbara Blum, editora-assistente da Ilustrada

Afogado em ironia vazia, "Barbie" promete muito e entrega pouco. Greta Gerwig tenta se distanciar do mundo cor-de-rosa que critica com piadas mordazes sobre o ciclo capitalista de brinquedos descontinuados e os padrões de beleza massacrantes materializados pela boneca loira. Mas a diretora sucumbe ao melodrama nostálgico, e as questões políticas que pareciam centrais acabam em segundo plano. Não adianta trazer as contradições do filme —patrocinadíssimo pela Mattel— com bom humor se elas vão ser domesticadas com umas roupinhas bonitas e alguns diálogos afiados.


'Filme divertidíssimo que faz chacota do homem branco', diz Guilherme Luis, repórter da Ilustrada

"Barbie" surpreende ao cutucar o machismo com piadas sagazes, fazendo chacota do homem branco. É um bom texto de Greta Gerwig, que conseguiu discutir as polêmicas da boneca num filme divertidíssimo. O problema é que ela se estende demais no final, alongando o debate existencial dos protagonistas à exaustão.


'Quem dança é a Mattel', diz Henrique Artuni, editor-assistente da Ilustrada

"Barbie" pode ser o filme mais aguardado do ano, mas minha dica é que não se espere muito dele. Quem viu os trailers já conferiu boa parte do roteiro e das melhores piadas, ainda que Greta Gerwig consiga, aqui e acolá, fazer um gracejo mais inteligente. Porém, se vale muito de piadinhas referenciais e irônicas, típicas das comédias americanas recentes. Não fosse o discurso político excessivo (e fácil) e um ato final existencialista tão longo, poderia ser uma diversão bem resolvida. Há esse vislumbre numa bela reverência aos musicais dos anos 1950, que sabe aproveitar bem o poderio técnico dos cenários e das multidões dançantes. Quem dança mesmo, no final, é a Mattel, ciente de que a crítica é ácida até a página dois.


'Roupas lindas e uma pitada de existencialismo', diz Isabella Faria, repórter da TV Folha

Em "Barbie", é a Mattel que puxa as principais cordinhas das bonecas em questão, mas, mesmo assim, Greta Gerwing brilha como diretora e faz o espectador mergulhar em um mundo rosa, nostálgico, feminista e de muito bom gosto. Apesar de o roteiro ser puxado para a comédia, ainda sobra tempo para a seguinte reflexão —existe espaço para a Barbie loira, magra e branca hoje em dia? Uma pitada de existencialismo, um final anticlimático e roupas lindas, às vezes, é tudo que precisamos em um filme.

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