Descrição de chapéu The Town

Como vai ser o show de Jão no The Town, que dá início à turnê do novo álbum 'Super'

Cantor, que ressurgiu mais sexy ao lançar seu quarto disco de estúdio, faz segredo sobre setlist e promete grande estrutura

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Isabela Yu
São Paulo

Jão soube navegar entre as mudanças do mercado da música para conquistar o seu espaço no topo do pop nacional. Seus últimos discos conquistaram uma base de fãs jovens, que se identificam com as letras repletas de desabafos e não rejeitam a ideia de se emocionar em público.

Jão em ensaio de divulgação de seu novo disco, Super
Jão em ensaio de divulgação de seu novo disco, Super - Gabriel Vorbon/Divulgação

O pop eletrônico do cantor, um dos principais nomes nacionais do The Town, reverbera sucessos da última década. É o caso do sintetizador de "Dancing on My Own", da sueca Robyn, que vibra em "Não te Amo", do disco "Pirata", o penúltimo de Jão.

A sonoridade maximalista e os versos dramáticos são arranjados de forma a despertar sentimentos e gerar identificação, como se fosse um encontro da sofrência de Marília Mendonça com a estética importada de ídolos como os britânicos Sam Smith e Harry Styles.

Assim como eles, o brasileiro também é ligado a uma série de causas identitárias. Nas eleições do ano passado, fez campanha para os fãs adolescentes tirarem o título de eleitor e confirmou sua bissexualidade na letra de "Meninos e Meninas", de "Pirata".

Na infância, ele escutava o que vinha da televisão, com trilhas sonoras de novelas e duplas sertanejas. Mais tarde, se encontrou na música de Marisa Monte e Cazuza, ambas grandes influências.

"Vai soar piegas, mas o que mais gosto no Cazuza é o seu exagero. Gosto de escrever da maneira mais brega possível. Gosto de me expressar visceralmente", disse ele à reportagem, quando lançou o penúltimo disco.

Não à toa, gravou um medley de "Codinome Beija-Flor" e "O Tempo Não Para", além de incluir "Exagerado" em seu repertório ao vivo. Pouco a pouco, Jão conquistou o público que se reconhece em sua personalidade emocionada. O seu primeiro show, em 2017, tinha apenas 30 convidados na plateia.

Hoje, aos 28 anos, ele vive um cenário diferente. No ano passado, fez cerca de 60 apresentações para centenas de milhares de fãs e participou do Lollapalooza e do Rock in Rio. Na era "Pirata", a cenografia do palco continha um barco em tamanho real e um polvo de 15 metros.

Foi uma turnê pensada para que os visuais extravagantes fossem compartilhados nas redes sociais. Neste ano, Jão se dedicou à criação de seu quarto disco, "Super", lançado há poucas semanas. Ele então reduziu o ritmo das apresentações.

A oportunidade para os fãs matarem a saudade será neste domingo, no palco The One. Ele faz segredo sobre a setlist da apresentação, mas uma das canções que certamente entrará é "Pilantra", parceria que fez com Anitta.

No videoclipe, Jão faz caras e bocas com a funkeira, ao passo que a história se desdobra em uma matança à "Scarface" e "Cães de Aluguel".

O cenário de programa de auditório vintage, por sua vez, é inspirado no visual de "La Fama", parceria da espanhola Rosalía com o canadense The Weeknd no celebrado disco "Motomami". Ainda que essa música em questão não faça parte do disco mais recente, ela iniciou uma fase vista como mais sexy na carreira do artista.

"Claro que vai ter uma coisa mais sensual, outra mais fofa. O legal do disco é que você consiga mostrar várias partes de você", disse ele, no lançamento. Nos planos para o ano que vem, há uma turnê confirmada em estádios para acompanhar o quarto álbum.

Repetindo a formação responsável pelo sucesso de "Pirata", indicado a duas estatuetas do Grammy Latino, ele segue com os colaboradores Pedro Tofani, parceiro de composição e diretor dos seus videoclipes, e Zebu, produtor musical responsável também pelos sucessos de Pabllo Vittar.

Depois de ganhar projeção nacional, paira uma expectativa dos seus próximos passos. Em "Anti-Herói", seu segundo disco, houve um mergulho na tristeza do fim de um relacionamento. Já "Pirata" tratou do assunto por um viés menos dolorido, assim como "Super", um álbum mais sexy.

Cada registro representa um momento de amadurecimento de Jão, que quer se comunicar com cada vez mais gente.

Jão no The Town

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