A atriz Beatriz Segall, intérprete de Odete Roitman em "Vale Tudo", de 1988, afirmou à Folha em 2010 que a Globo não tinha atores para fazer um remake da novela. A emissora aprovou nesta semana a produção de uma nova versão do folhetim com texto da dramaturga Manuela Dias.
"A Globo foi atrás do público dessas emissoras que começaram a produzir programas menos elaborados. Hoje vejo coisas na Globo que no tempo do doutor Roberto Marinho não acontecia", disse Segall em entrevista à coluna Mônica Bergamo.
"Certo tipo de cena, de personagem, as bobagens que são ditas, a falta de consistência nos enredos. A Globo hoje não tem elenco para um remake de 'Vale Tudo'", ela acrescentou.
Roitman, sua personagem, é uma das maiores vilãs da dramaturgia brasileira, que dizia frases que hoje seriam consideradas elitistas e preconceituosas.
Ela dizia, por exemplo, que gostava do Brasil, mas de longe, como um cartão-postal, e que os brasileiros são preguiçosos. "Falar de Nordeste antes da hora do jantar me faz perder o apetite", afirmou em uma cena.
Em outro trecho da novela, Roitman dizia que a única solução para a violência seria a pena de morte. "Para ladrão e assaltante, cortar a mão em praça pública. Se cortasse a mão dessa gente, diminuiria o índice de violência nesse país. Não tenha dúvida."
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