Descrição de chapéu The Town

Maroon 5 faz show morno com falha nos telões, briga na plateia e hits chiclete

Banda se apoiou em canções antigas e na pose de showman de Adam Levine, que exibiu peitoral malhado

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São Paulo

"Eu queria estar louca", dizia uma mulher com um copo de cerveja pela metade. Parecia decepcionada. Faltavam poucos minutos para a banda Maroon 5 surgir no palco principal do The Town, e a massa de pessoas entre ela e o bar já era praticamente impenetrável.

Adam Levine, vocalista do Maroon Five, em show em Atlanta, nos Estados Unidos, em 2019
Adam Levine, vocalista do Maroon Five, em show em Atlanta, nos Estados Unidos, em 2019 - Doug Mills/The New York Times

A banda encabeçou a programação desta quinta-feira do festival, que foi erguido no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, onde segue até domingo. "A gente não diz isso todo dia, mas o Brasil é o melhor lugar para se tocar. Obrigado pelo apoio por todos esses anos", disse Adam Levine, o vocalista da banda, no início do show.

Uma sequência de hits com "Moves Like Jagger", "This Love" e "Stereo Hearts" abriu o show. É uma boa amostra da setlist, formada pelos seus maiores sucessos. A banda, afinal, tem mais de 20 anos de carreira e já não se preocupa em emplacar as canções dos últimos discos, que não caíram no gosto do público.

Houve uma falha grave nos telões. Ligados apenas a partir do refrão da primeira música, as duas telas penduradas nas laterais do palco Skyline ficaram fora do ar durante a música "Animals". O mesmo problema ocorreu ao longo da primeira metade de "Maps". Quem estava no fundo, isto é, a maior parte do público, teve que se contentar só com o áudio.

Quando o cantor entoava o hit "She Will Be Loved", um empurra-empurra surgiu à direita do palco, em frente aos bares e ao estande do TikTok. Houve uma briga generalizada, entre várias pessoas, que se socavam e chutavam com força. Levou dois minutos até que seguranças aparecessem para apartar a confusão.

Levine contornou esse tipo de problema com seu carisma e pose de showman. Quase não ficou parado, desfilando por toda a extensão do palco, acenando para a plateia, dando pulos, uivando e esbanjando gingado.

O cantor passou boa parte do show com uma jaqueta jeans abotoada até o peito. Na reta final, trocou a peça por uma camiseta do Brasil. É de praxe que ele desnude o peitoral musculoso em todo show, e neste não foi diferente. Levine expôs o tronco todo tatuado ao fim de "Sugar", a última da setlist.

O grupo é formado também pelos músicos James Valentine, Mickey Madden, Matt Flynn, Jesse Carmichael, PJ Morton e Sam Farrar. A banda fez um bom trabalho no palco, dando roupagens mais roqueiras e brutas a algumas das canções. O guitarrista, Valentine, fez bons solos, como visto no final de "Sunday Morning".

Milhares de celulares foram erguidos com as câmeras apontadas para o palco quando a banda tocou os primeiros acordes de "Payphone". Celebradas também foram as performances de "Don’t Wanna Know", "Girls Like You" e "Memories", quando Levine disse que ver o público cantando é a melhor parte da carreira de um artista —mesmo as canções tristes.

Mas foi um show morno, com público quase apático nas fileiras de trás. Não fosse a coleção de hits-chiclete, o Maroon 5 talvez não tivesse força para comandar um festival como o The Town.

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