Exposição com Lira no lixo e Bolsonaro defecando gera protesto de senador no MPF

Mostra 'O Grito!', na Caixa Econômica Federal, foi desmontada e trazia também alusões a Damares Alves e Paulo Guedes

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São Paulo

O senador Cleitinho (Republicanos-MG) acionou, nesta semana, o Ministério Público Federal para investigar a exposição "O Grito!", que estava em cartaz na Caixa Econômica Federal, em Brasília, por supostamente desrespeitar a bandeira nacional, o que não é mais crime no país.

Fragmento da coleção "Bandeira", da artista visual Marília Scarabello, que foi exposta na Caixa Cultural de Brasília - Reprodução

Ele ainda pede a exoneração do responsável por autorizar a mostra e a devolução do valor investido nela, de R$ 75 mil. Originalmente, o contrato previa o investimento total de R$ 250 mil, mas a exposição foi desmontada antes do tempo previsto e, por isso, apenas 30% do valor foi desembolsado.

Aberta no dia 17 de outubro, a mostra gerou celeuma por ter, entre suas obras, imagens de políticos ligados à direita em situações tidas como vexatórias.

Em uma delas, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) e o ex-ministro da Economia Paulo Guedes tinham suas fotografias inseridas em uma lata de lixo, que estava envolta no símbolo nacional.

Outro fragmento do trabalho, de autoria de Marília Scarabello, exibia uma ilustração do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) agachado, com parte de suas calças abaixadas, defecando sobre a bandeira do Brasil.

Segundo o senador, o questionamento feito à Caixa se fez necessário ainda porque há normas em seus contratos que proíbem manifestações políticas e partidárias por parte dos artistas contemplados.

Nas redes sociais, o parlamentar publicou vídeos em que tenta entrar na exposição durante seu desmonte. Ele diz ainda que criará um projeto de lei para que exposições feitas por meio de editais públicos sejam fiscalizadas assim que estiverem prontas.

Em nota divulgada após a interrupção da mostra, a Caixa afirma que a decisão pelo encerramento abrupto ocorre após ser "identificada na obra em questão manifestação com viés político-partidário, o que fere as diretrizes" do Programa de Ocupação dos espaços da Caixa Cultural 2023/2024.

"A direção do banco informa ainda que determinou apuração de responsabilidades pelos órgãos internos", diz a instituição financeira.

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