Nascido em Roma, mas em viagens constantes da Itália ao Brasil desde os anos 1980, o fotógrafo Lamberto Scipioni expõe parte do que registrou em suas excursões pelo país em "Matrizes Afro-Brasileiras", em cartaz no Centro Cultural São Paulo, na capital paulista.
Inaugurada na semana passada, a exposição reúne registros feitos entre 1988 e 1989 de quilombos, tema de um projeto de Scipioni semelhante à missão de pesquisa folclórica realizada por Mário de Andrade entre os anos 1920 e 1930, pelo Norte, Nordeste e Sul do Brasil.
Ao todo, são 80 fotografias e cinco banners em tecido que representam altares, terreiros, festividades, rituais ou mesmo cenas corriqueiras, divididos em duas salas —Quilombos e Sincretismos. Há ainda um curta documental e publicações do acervo do escritor que traçam um paralelo entre sua obra e a de Scipioni.
Os locais visitados e exibidos agora na mostra são Itapecuru-Mirim (MA), Mato do Tição (MG) e Aguapé (RS), além das celebrações de São Lázaro e Omulu e da Irmandade da Boa Morte, em Salvador e Cachoeira, na Bahia.
Com curadoria de Ademar Britto Junior, a exposição também presta homenagem a Mário de Andrade, à pesquisadora Glória Moura e ao artista e museólogo Emanoel Araújo, e integra a terceira edição do Festival Mário de Andrade, promovido pela biblioteca que leva seu nome e pela Prefeitura de São Paulo.
Com entrada gratuita e sem necessidade de reserva de ingressos, "Matrizes Afro-Brasileiras" fica em cartaz até o dia 5 de novembro e tem visitação entre terça e domingo.
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