Como foi o show surpresa de Paul McCartney no Clube do Choro, em Brasília

Cantor inglês conduziu apresentação reduzida para 200 pessoas, que tiveram os celulares lacrados durante o evento

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São Paulo

O britânico Paul McCartney, que começa sua nova turnê pelo Brasil nesta quinta-feira, surpreendeu o público de Brasília nesta terça ao se apresentar no Clube do Choro da cidade. A apresentação, anunciada com poucas horas de antecedência, foi feita para 200 espectadores, que tiveram os celulares lacrados antes do início do evento.

Segundo Mariana Sanmartin, servidora pública de 40 anos, o evento foi um convite a parte do público que comprou ingressos para o único show do artista na capital, na Arena BRB Mané Garrincha, e para o qual ainda há ingressos disponíveis no site Eventim.

Paul McCartney no Clube de Choro
Paul McCartney durante show no Clube de Choro de Brasília - MPL Communications

O show começou às 18h e durou pouco mais de uma hora, com hits tocados pelo músico em sua turnê atual, a "Got Back". O ingresso saía por R$ 200 e era possível comprar até duas entradas —Sanmartin foi como convidada de uma amiga, que soube da notícia por um email.

Paul interagiu bastante com o público durante a apresentação, arriscando diversas falas em português. A proximidade do cantor com o público rendeu interações mais íntimas. Quando tocou "Hey Jude", o ex-Beatle pediu para só as mulheres cantarem um trecho e, depois, só os homens.

A experiência foi bem diferente dos outros shows do artista no Brasil e em outros países — Sanmartin diz já ter visto 15 apresentações de Paul McCartney, incluindo uma em Miami, nos Estados Unidos. "Foi incrível demais estar um lugar tão pequeno e tão próximo dele", diz ela. "Era como se ele fosse um artista menor, o que sabemos o que está longe de ser."

Não é a primeira vez que o astro de 81 anos faz shows surpresa por onde passa. Em 2010, cerca de 300 pessoas puderam vê-lo no 100 Club, em Londres, na hora do almoço, num show beneficente contra o fechamento da casa, e que reuniu fãs de diferentes países.

Mais recentemente, também preparou pocket shows para poucas centenas de fãs nos Estados Unidos —em 2016, num pequeno bar de Pioneertown, na Califórnia, próximo ao festival Desert Trip, onde se apresentava; e, em 2018, na Grand Central Station, em Nova York, para divulgar o disco "Egypt Station", que reuniu estrelas como Amy Schumer, Steve Buscemi, Chris Rock e Meryl Streep.

Como na turnê, o repertório do show no Clube do Choro passeou por diversos clássicos da carreira de Paul, seja na carreira solo ou com os Beatles e o Wings, mas incluiu algumas canções menores. Depois de abrir com o hit da beatlemania "A Hard Day's Night", o cantor seguiu o show com "Junior's Farm" e "Letting Go", da época do Wings.

A apresentação ainda teve performances de "Blackbird", "Let Me Roll It", "Get Back" e "Helter Skelter", se encerrando com "Golden Slumbers". Foi uma versão reduzida do show, cortando faixas como "She's a Woman" e "Love Me Do".

Mariana diz que os celulares do público foram lacrados ainda na fila e que a organização monitorou atentamente qualquer uso de aparelhos do tipo durante a apresentação. "Eu acho que a decisão foi tomada para evitar que as pessoas filmassem o tempo, garantindo a exclusividade do show", afirma Mariana, que acrescenta que não viu ninguém usando o celular no evento.

A servidora pública afirma ainda que não viu nenhum político no evento. De celebridades, a única presente era o cantor Samuel Rosa, antigo vocalista da banda Skank.

Paul McCartney no Clube do Choro
Paul McCartney durante show no Clube do Choro de Brasília - MPL Communications

O Clube do Choro é uma das associações mais tradicionais de Brasília. Ele foi fundado em 1977 por um grupo de músicos do choro que seguiram o legado do músico Jacob do Bandolim, que morou na capital por seis meses, no final da década de 1960, para fazer um tratamento de coluna e realizou diversos saraus durante sua estada por lá.

O grupo fica em um prédio projetado por Oscar Niemeyer em parceria da Escola de Choro Raphael Rabello, com exposições permanentes sobre o gênero do choro. O espaço foi tombado como patrimônio imaterial do Distrito Federal em 2008.

Paul McCartney fará, ao todo, oito shows no Brasil em sua nova passagem pelo país, quatro anos após sua última passagem por aqui. Além de Brasília, o cantor toca em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Belo Horizonte —onde também há poucos ingressos disponíveis. A última apresentação será em 16 de dezembro, no Maracanã.

Colaborou Daigo Oliva

Paul McCartney: Got Back

  • Quando Brasília: qui. (30), na Arena BRB Mané Garrincha; Belo Horizonte: 3 e 4/12, na Arena MRV; São Paulo: 7, 9 e 10/12, no Allianz Parque; Curitiba: 13/12, no Estádio Couto Pereira; Rio de Janeiro: 16/12, no Maracanã
  • Preço A partir de R$ 250
  • Link: https://www.eventim.com.br/campaign/paulmccartney
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