Mais de mil artistas suecos pedem que Israel seja desclassificado do Eurovision

Músicos da Suécia, sede da competição, criticam ofensiva militar em Gaza e dizem que país poderia descredibilizar concurso

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São Paulo

Mais de mil artistas suecos assinaram uma carta aberta pedindo que Israel não participe do Eurovision, maior competição não esportiva televisionada do mundo. O festival de música revelou nomes como Abba, Celine Dion, Domenico Modugno e será sediado na Suécia neste ano.

A carta, publicada no jornal sueco Aftonbladet, diz que a incursão militar de Israel em Gaza deveria ser motivo para desqualificar o país e impedir sua participação.

Palco do Eurovision em 2023 - Corinne Cumming/EBU

Os artistas argumentam que o país prejudicaria a credibilidade da UER (União Europeia de Radiodifusão), que organiza o concurso anual de música. Em resposta, a instituição disse que a emissora pública de Israel, Kan, cumpriu todas as regras de competição para este ano.

"Compreendemos as preocupações e opiniões profundas em torno do atual conflito no Oriente Médio", disse a UER à imprensa internacional. "No entanto, estamos empenhados em garantir que o festival continue a ser um evento apolítico no qual competem emissoras e artistas, e não governos."

Israel participa do Eurovision há 50 anos e ganhou quatro vezes, mais recentemente em 2018 com a música "Toy", interpretada por Netta.

Músicos como Robyn, Fever Ray e First Aid Kit assinaram a carta. "O fato de os países que se colocam acima do direito humanitário serem bem-vindos em eventos culturais internacionais banaliza as violações do direito internacional e torna invisível o sofrimento das vítimas", diz a carta.

A UER já desqualificou países anteriormente, como em 2022, quando a Rússia foi banida durante a invasão da Ucrânia.

Grupos de defesa dos direitos humanos criticam a ofensiva militar de Israel, que restringiu ajuda humanitária a Gaza. Eles argumentam que milhares de pessoas passam fome, especialmente crianças pequenas, mais vulneráveis à desnutrição. "Todo mundo com quem conversamos implora por comida", afirmou Sean Casey, representante da OMS (Organização Mundial da Saúde) em Gaza, à Reuters.

Os adultos podem lidar com a fome, "mas nossas crianças não podem", disse Abu Abdallah Humeid, um morador de Jabalia, no norte de Gaza, à mesma agência. Sem farinha, as pessoas têm moído milho e cevada para fazer pão seco.

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