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Tiradentes premia documentário sobre pescadores de ilha no Paraná

"Lista de Desejos para Superagüi", de Pedro Giongo, é escolhido o melhor filme da mostra Aurora, a principal do festival mineiro

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Tiradentes (MG)

O documentário "Lista de Desejos para Superagüi", dirigido por Pedro Giongo, foi o grande vencedor da 27ª edição da Mostra de Cinema de Tiradentes. Na noite deste sábado (27), a produção paranaense recebeu do júri oficial o prêmio de melhor filme da mostra Aurora, a mais relevante do festival mineiro.

O filme acompanha o difícil cotidiano de uma comunidade caiçara na ilha de Superagüi, situada no Paraná, próxima da divisa com São Paulo. Ao receber o prêmio, Giongo agradeceu a Martelo, pescador de 70 anos que não consegue se aposentar, e a outros moradores do lugar pela participação no documentário.

Cena de "Lista de Desejos para Superagüi", de Pedro Giongo, escolhido como o melhor filme da mostra Aurora do festival de cinema de Tiradentes de 2024 - Divulgação

Ainda na mostra Aurora, o longa "Maçãs no Escuro", do paulista Tiago A. Neves, recebeu uma menção honrosa.

"Aquele que Viu o Abismo", uma produção paulista dirigida por Negro Léo e Gregorio Gananian, conquistou o troféu Carlos Reichenbach, concedido por um júri formado por estudantes ao melhor longa da mostra Olhos Livres.

Ainda entre os longas, "As Primeiras" (SP), de Adriana Yañez, levou o prêmio do júri popular. O documentário lembra as jogadoras da primeira seleção feminina de futebol do Brasil. "Que o futebol devolva a essas mulheres tudo o que elas deram ao futebol", disse Yañez no palco de Tiradentes.

O prêmio Helena Ignez, concedido a um destaque feminino em qualquer das funções na produção de um filme, foi entregue à indígena paulista Kerexu Martim, diretora do curta "Aguyjevete Araxi’I".

Entre os curtas, "Eu Fui Assistente do Eduardo Coutinho", do carioca Allan Ribeiro, saiu consagrado, com dois troféus, o do júri oficial e o do Canal Brasil. Engenhoso, o filme lembra o episódio em que o diretor interpretou um assistente de Coutinho numa cena de "Depois das Nove" (2008), do próprio Ribeiro. Curiosamente, a cena acabou sendo cortada do filme.

Veja os vencedores da Mostra de Tiradentes

27ª edição do festival de cinema indica os melhores entre longas e curtas

  • Melhor longa da mostra Aurora - júri oficial

    “Lista de Desejos para Superagüi” (PR), de Pedro Giongo

  • Menção honrosa mostra Aurora - júri oficial

    “Maçãs no Escuro” (SP), de Tiago A. Neves

  • Prêmio Carlos Reichenbach - melhor longa da mostra Olhos Livres - júri jovem

    “Aquele que Viu o Abismo” (SP), de Negro Léo e Gregorio Gananian

  • Melhor longa - júri popular

    “As Primeiras” (SP), de Adriana Yañez

  • Prêmio Abraccine - mostra Autorias

    “Estranho Caminho” (CE), de Guto Parente

  • Prêmio Helena Ignez - destaque feminino - júri oficial

    Kerexu Martim, diretora do filme “Aguyjevete Araxi’I” (SP)

  • Melhor curta da mostra Foco - júri oficial

    “Eu Fui Assistente do Eduardo Coutinho” (RJ), de Allan Ribeiro

  • Melhor curta da mostra Foco - júri do Canal Brasil

    “Eu Fui Assistente do Eduardo Coutinho” (RJ), de Allan Ribeiro

  • Melhor curta - júri popular

    “Soneca e Jupa” (MG), de Rodrigo R. Meireles

Balanço em números

Horas antes da premiação, Raquel Hallak, diretora do evento, fez um balanço desta edição da mostra de Tiradentes. De acordo com ela, o festival recebeu cerca de 37 mil pessoas ao longo de nove dias, de 19 a 27 de janeiro. Esse número contabiliza os espectadores de sessões de cinema em diversos espaços, inclusive a praça, além de debates, oficinas, shows, entre outras atividades. No ano passado, foram em torno de 35 mil pessoas.

Público de Tiradentes acompanha Mel Lisboa em cena de "Foram os Sussurros que me Mataram", de Arthur Tuoto - Jackson Romanelli/Universo Produção

Ainda segundo Hallak, mais de 250 empresas mineiras foram contratadas para prestar serviços ao festival. De acordo com a prefeitura de Tiradentes, cerca de R$ 10 milhões foram injetados na economia local.

Questionada sobre a grande procura por algumas sessões, quando dezenas de pessoas acabam frustradas por não conseguirem assistir a um filme ou a um debate, a diretora afirmou que Tiradentes precisa do que ela chamou de "palácio de festivais", com uma estrutura mais ampla para receber eventos. "São, pelo menos, 15 festivais ao longo do ano na cidade."

O jornalista viajou a convite da Mostra de Cinema de Tiradentes

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