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Conheça a designer de pôsteres de filmes que agora é celebrada em museus

Dawn Baillie é lembrada em exposição em Nova York por seu trabalho em 'Indiana Jones', 'Dirty Dancing' e 'Pequena Miss Sunshine'

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Erik Piepenburg
The New York Times

A faca do assassino, uma mulher se encolhendo diante dela. Isso era coisa típica de capa de caixa de filme de terror antes de 1991, quando Dawn Baillie foi convidada a projetar um pôster para um novo thriller chamado "O Silêncio dos Inocentes". Ela descobriu que se tratava de uma jovem agente do FBI em treinamento, Clarice Starling, vivida por Jodie Foster, que pede ajuda a um assassino em série preso, Hannibal Lecter, papel de Anthony Hopkins, para resolver um caso.

"Percebi que poderia ilustrar 'O Silêncio' se Clarice fosse o 'cordeiro', e a mariposa —ou os vilões— foi o que a deixou sem as palavras certas", explicou Baillie em um email. "Acho que o pôster funciona mostrando vulnerabilidade, estranheza e inquietude."

In an undated image provided via Poster House, Dawn BaillieÕs poster design for ÒLittle Miss Sunshine.Ó YouÕve seen Dawn BaillieÕs posters for thrillers, comedies and dramas outside cineplexes Ñ now her work is being exhibited at Poster House in Manhattan. (via Poster House via The New York Times) Ñ NO SALES; FOR EDITORIAL USE ONLY WITH NYT STORY MOVIE POSTERS BY ERIK PIEPENBURG FOR MARCH 13, 2023. ALL OTHER USE PROHIBITED. Ñ
Poster do filme 'Pequena Miss Sunshine' - The New York Times

Em outras palavras, o pôster dizia: Este não é o seu típico filme de terror.

Baillie recebe destaque em uma nova exposição, "A Anatomia de um Pôster de Filme: O Trabalho de Dawn Baillie", no Poster House em Nova York. A mostra, em cartaz até 8 de setembro, nos leva desde seu primeiro pôster, "Dirty Dancing", de 1987, até "A Tragédia de Macbeth", de 2021, para o qual ela foi diretora criativa. No caminho estão pôsteres de filmes tão variados como "Zoolander", "Indiana Jones e a Última Cruzada" e "O Show de Truman".

A carreira de Baillie como designer de pôsteres de filmes e diretora criativa abrange mais de quatro décadas. Nascida em 1964, ela entrou na publicidade nos anos 1980, quando a indústria era dominada por homens e os pôsteres eram feitos principalmente à mão, não no computador. Depois de trabalhar na Seiniger Advertising e na Dazu, em 1992 ela cofundou a BLT, a agência por trás de pôsteres memoráveis para filmes recentes, como "Barbie", programas de TV —"The Last of Us"— e teatro, caso de "The Music Man").

Angelina Lippert, curadora-chefe e diretora de conteúdo do Poster House, chamou Baillie de "gênio do design" com um estilo definido por "simplicidade sem esforço". Pegue o pôster de "O Silêncio dos Inocentes".

"É uma ansiedade visual que você sente ao olhar para isso, o que o torna indelével", disse Lippert.

"A maioria das pessoas não tem ideia de como um pôster de filme é feito. Muitas vezes há a suposição de que uma fotografia de cena do filme é fornecida por um cineasta ou estúdio, e o texto é apenas adicionado. Mas há tantas coisas a serem feitas, desde esboçar conceitos, dirigir sessões especiais de fotos e fazer muitos, muitos, muitos esboços e revisões até o design do logotipo e a produção pré-impressão", diz Baillie.

Para ela, "o trabalho de um pôster é celebrar um filme em um quadro. O trabalho está bem feito quando o público se interessa e o pôster vai parar na parede do dormitório".

Lippert considera o pôster de "Dirty Dancing" um exemplo. "É um pôster tão silencioso e discreto. Ela escolheu o momento em que Jennifer Grey coloca o braço em volta da cabeça de Patrick Swayze, mas não parece sexualizado, mesmo que seja isso que o título sugere. É eles com uma sombra de lavanda. Não sabemos onde eles estão. É uma imagem que permite perguntas infinitas e convida à antecipação."

Outro trabalho marcante para Lippert é o de "Pequena Miss Sunshine", chamativo pelo uso do espaço negativo. "Ela escolheu basicamente não usar dois terços do pôster e tê-lo em um amarelo brilhante de ônibus escolar que está pressionando a família, e todos estão compostos juntos nessa cena de corrida. Tem essa brincadeira. É cômico, estranho, inesperado."

Ela diz que a tecnologia mudou bastante a forma como os pôsteres são feitos. "Nos anos 80, tudo tinha que ser feito principalmente à mão. O Photoshop realmente não existia para as massas até os anos 90. Se você fizesse comparativos —as ideias que você quer apresentar ao seu chefe— você produzia talvez uma dúzia em uma máquina de xerox. Você tinha que brincar fisicamente com o tamanho do tipo até obter o tamanho desejado. Qualquer elemento no pôster teria que ser colocado à mão. Era muito trabalhoso", diz.

A entrada na era digital permitiu a criação de centenas de esboços. "Na minha opinião, você tinha que ser mais criativo porque hoje você pode tentar de tudo."

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