Descrição de chapéu quadrinhos

Como Ziraldo e Mauricio de Sousa juntaram a Mônica com o Menino Maluquinho

Amigos desde os anos 1960, cartunistas uniram seus personagens mais famosos em duas histórias lançadas em livros

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O desenhista Mauricio de Sousa disse que a morte de Ziraldo é como "perder um irmão".

Amigos de longa data, os dois se conheceram no início dos anos 1960, quando Sousa, ainda em início de carreira e "sonhando em ter um gibi", foi pedir uma ajuda para o cartunista.

Ziraldo e Mauricio de Sousa segurando o troféu HQMIX, o Oscar dos quadrinhos, que homenageou ambos com as imagens do Menino Maluquinho e da Mônica
Ziraldo e Mauricio de Sousa segurando o troféu HQMIX, o Oscar dos quadrinhos, que homenageou ambos com as imagens do Menino Maluquinho e da Mônica - Divulgação MSP

"Peguei um trem de Bauru para São Paulo e depois fui para o Rio de Janeiro, com alguns trabalhos embaixo do braço para a nossa tão importante conversa", relembra o desenhista em texto encaminhado à reportagem.

Sousa conta que chegou a fazer para Ziraldo algumas tiras da "Turma do Pererê". A ideia era tentar publicar o trabalho nos jornais dos Diários Associados, influente conglomerado de mídia do século passado.

As tirinhas, porém, acabaram se perdendo e nunca mais foram encontradas.

"A parceria não aconteceu naquele dia. Uma porta fechou e outra abriu. Mal sabia eu que, naquele dia, iria ganhar algo eterno: o meu grande irmão de produção de materiais para crianças", afirma o criador da Turma da Mônica.

Os dois fizeram algumas parcerias anos depois. E, em 2018, lançaram um livro juntos, em que os principais personagens de ambos se encontram —"Mônica e o Menino Maluquinho na Montanha Mágica".

O "crossover" voltou a acontecer em 2019 com a publicação de "5, 4, 3, 2, 1 Mônica e Menino Maluquinho Perdidos no Espaço". "Hoje, meu irmão partiu para uma outra viagem. Vai deixar saudade, personagens e histórias memoráveis. Viva, Ziraldo!"

Leia na íntegra o texto encaminhado por Mauricio de Sousa

"Conheci o Ziraldo no início dos anos 1960, quando estava sonhando em ter um gibi, assim como ele.

Peguei um trem de Bauru para São Paulo e depois fui para o Rio de Janeiro, com alguns trabalhos embaixo do braço para a nossa tão importante conversa.

Na época, fiz algumas tiras do Pererê, para ele. Mas o Ziraldo as perdeu e nunca mais as vimos.

A parceria não aconteceu naquele dia. Uma porta fechou e outra abriu. Mal sabia eu que, naquele dia, iria ganhar algo eterno: o meu grande irmão de produção de materiais para crianças. E, anos depois, nossos personagens se encontraram mais de uma vez.

Hoje, meu irmão partiu para uma outra viagem. Vai deixar saudade, personagens e histórias memoráveis. Viva, Ziraldo!"

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