Trump e Biden brigam como heróis e vilões em HQs da San Diego Comic Con

Candidato republicano à Casa Branca também virou bonequinho, com hélices que o fazem voar

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San Diego (EUA)

A quatro meses das eleições presidenciais americanas, o estande que mais chama a atenção na ala de quadrinistas da San Diego Comic Con, principal feira de cultura pop do mundo, que acontece na Califórnia, põe Donald Trump e Joe Biden para se enfrentarem.

Nos quadrinhos da editora independente Keenspot, os dois políticos se alternam entre super-heróis e supervilões das histórias. Daniel Jones, que vendia os itens na feira, se orgulhava ao dizer que havia tramas para todas as preferências políticas.

"Mas não deu tempo de substituir o Biden pela Kamala Harris, o anúncio foi muito em cima da San Diego Comic Con", diz, frustrado após a desistência do democrata em tentar a reeleição.

Ela, no entanto, aparece como coadjuvante em embates em que veste capa e roupa de látex, contra Trump, sua filha Ivanka e seu genro, Jared Kushner. Em algumas histórias, eles têm aparência humana, mas por vezes ganham o visual de monstros e vampiros.

O inverso também acontece. Biden e Harris são por vezes retratados como figuras fantasiosas macabras.
Na manhã deste sábado (27), em apenas uma hora de feira, Jones já havia vendido três pacotes com a coleção completa de 20 quadrinhos, a US$ 90, cerca de R$ 507. A procura estava alta, conta ele, apesar do tamanho diminuto da editora, que começou em formato online em 2000.

"É por causa das eleições, e não nos importa quem vai vencer em novembro, estaremos tirando sarro do novo presidente", afirma.

A empresa não esconde, porém, a preferência por Trump, ao numerar todos os quadrinhos como número um da série, para não fixar a imagem de Trump como derrotado nas histórias em que perde. Os autores são anônimos, e não assinam as revistinhas.

Cada uma das edições regulares é vendida por US$ 5,99, cerca de R$ 33, mas há versões colecionáveis em capa dura ou metálica, por exemplo.

Numa das histórias, Pete Buttigieg, secretário de transportes do governo Biden, abertamente homossexual, protege um Mickey Mouse "woke", atento a questões de justiça social, responsável por tornar Peter Pan e outros personagens infantis gays.

Em outra, que Jones diz ter previsto o futuro, o mesmo Mickey Mouse está do lado dos republicanos, aterrorizando os "Titãs de Biden", como são chamados. Uma de suas enormes orelhas aparece carcomida, após uma batalha —a publicação saiu em janeiro, bem antes de Trump ter sua orelha atingida por um tiro num atentado durante um comício.

Há ainda uma história em que Trump diz que, segundo sua filha Ivanka, ele é melhor no sexo do que seu genro.

"Pai, eu não disse isso, eu não teria como ter certeza!", reclama a personagem. "Jesus Cristo, esta é a família que quer comandar o país de novo?", responde Kamala Harris, antes de uma luta.

Do outro lado do Centro de Convenções de San Diego, um estande dedicado a bonequinhos que voam também surfa na iminente disputa pela Casa Branca.

Trump, o candidato republicano ao posto, é retratado como um sujeito bochechudo com pequenas hélices saindo de seus cabelos loiros. Alguns compram em sinal de admiração ao ex-presidente, conta um vendedor, mas há quem leve o item para casa para destruir e até treinar tiro.

Cada bonequinho era vendido por US$ 15, cerca de R$ 84, mas havia promoção para quem comprasse duas unidades, por um total de US$ 25, ou R$ 141.

O repórter viajou a convite do Amazon Prime Video

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