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16/06/2010 - 06h39

Em "Cartas para Julieta", histórias de amor sucumbem aos estereótipos

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ALEXANDRE AGABITI FERNANDEZ
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Entre as inúmeras maneiras de abordar o amor no cinema, o diretor Gary Winick escolheu uma das mais fáceis: a dos clichês, das coincidências tolas e desfechos mais do que previsíveis. "Cartas para Julieta" é um monumento ao estereótipo.

Durante uma viagem a Verona com o noivo, a americana Sophia (Amanda Seyfried) descobre uma carta endereçada a Julieta --a personagem da tragédia de Shakespeare-- escrita pela inglesa Claire (Vanessa Redgrave) há mais de 50 anos.

Divulgação
Amanda Seyfried em cena do filme "Cartas para Julieta"
Amanda Seyfried em cena do filme "Cartas para Julieta"

Sophia responde a carta e as duas se encontram na Itália. Claire vem com o neto Charlie (Christopher Egan) tentar reencontrar um certo Lorenzo Bartolini (Franco Nero), um amor de juventude. Sophia os acompanha na busca e, claro, muita coisa acontece. Outra história de amor aparece, mas nada surpreende.

O filme tira partido das belas paisagens rurais da Toscana, embora reduza a região a um amontoado de lugares-comuns sobre a gastronomia e o vinho, e faça dos camponeses italianos verdadeiros clichês ambulantes, com a particularidade de todos falarem inglês.

Se Amanda Seyfried não convence --o personagem não ajuda-- e Gael García Bernal está irreconhecível como o abestalhado noivo, Vanessa Redgrave rouba a cena. Claire é, de longe, o personagem mais interessante do filme. Sua busca, por ser improvável, é corajosa. Mas o personagem acaba rendendo muito menos do que poderia em meio a tanta água com açúcar.

É intrigante a presença de Redgrave em um filme desse quilate. Talvez a resposta esteja no fato de ela ter reatado com o marido, Franco Nero (que faz o papel de Bartolini), depois de décadas de separação. A arte imita a vida.

Se o príncipe encantado não chega montado em um cavalo branco, mas marrom, ao menos os amantes se beijam sob um céu estrelado, devidamente aviltado pela montagem, que alterna planos de borbulhas de champanhe. A trilha sonora com violinos onipresentes faz o resto para que o espectador tenha uma overdose de açúcar.

COTAÇÃO: Ruim

 

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