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11/02/2011 - 08h27

"Não quero conquistar mais nada", diz Anthony Hopkins

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FERNANDA EZABELLA
DE LOS ANGELES

Anthony Hopkins já fez um canibal, um lobisomem e será um deus no cinema. Hoje, estreia no Brasil como padre exorcista em "O Ritual".

Em entrevista à Folha, o ator galês, 73, falou que já não procura conquistar mais nada na vida e apenas segue sugestões de seu agente para escolher novos trabalhos.

Hopkins volta aos cinemas em maio com "Thor", no qual interpreta o deus Odin. Leia a seguir trechos da entrevista.

Divulgação
Anthony Hopkins, que interpreta o padre Lucas, e Colin O' Donoghue, como seminarista, no longa de Mikael Hafström
O ator Anthony Hopkins, que interpreta o padre Lucas, e Colin O' Donoghue, como seminarista, no longa "O Ritual"

*

Folha - O senhor é católico?
Anthony Hopkins - Não.

É religioso?
Não sou ateu, seja lá o que isso quer dizer. Às vezes sou, às vezes não. Sou aberto.

Por que escolheu esse papel?
Quando li o roteiro, não estava muito certo, porque achei que seria um filme sobre coisas sobrenaturais. Mas meu agente disse para eu ler. É um dos filmes mais fascinantes que fiz em anos.

Por quê?
É um bom roteiro. O personagem que eu faço tem um grande conflito interior. Mas, apesar das dificuldades, ele mantém a fé a todo custo.

Um jovem padre vem trabalhar com ele em Roma e tem suas próprias dúvidas. Há uma batalha entre os dois. É provocativo, complexo. Abriu meus olhos para ler mais sobre a história da Igreja Católica e a crise atual. Foi uma experiência profunda.

Como se preparou para fazer o personagem?
Aprendi latim e estudei italiano.

Visitou a escola de exorcismo do Vaticano?
Colin [O'Donoghue] foi. Ele conheceu alguns exorcistas. Havia um exorcista no set, enquanto filmávamos.

Como escolhe seus papéis?
Não planejo nem procuro mais nada. Meu agente me liga e nós conversamos. Não quero mais nada, não preciso conquistar coisa nenhuma. Já fiz tudo na vida.

Como foi trabalhar com Alice Braga?
Ela é adorável. Fizemos uma cena grande juntos. Fiquei preocupado com ela porque é muito intensa. E a cena precisava de energia.

Eu tinha meio que agarrá-la, e ela foi ficando vermelha, roxa. Eu disse: "Você não deve fazer isso demais, pode se machucar".

Se você está atuando muito e passando por muita tensão, pode sofrer fisicamente. Então, eu sempre acreditei em fazer [uma cena] e depois relaxar. Mas, às vezes, os diretores insistem, pegam pesado, e isso não funciona.

O sr. se lembra de algum conselho que ouviu durante a carreira e que ainda carrega?
Apenas divirta-se o quanto conseguir. Tenha senso de humor. O mundo está tão politicamente correto, não há mais humor. É triste.

Já pensou em escrever livros?
Não. Quem vai querer ler sobre mais um ator? Tentei uma vez, me pagaram adiantado, mas devolvi o dinheiro. Não tenho interesse.

Voltaria ao teatro?
Não. Ralph Fiennes disse que eu precisava voltar, e respondi que preferiria qualquer outra coisa, qualquer emprego terrível. Felicidade para mim é não ter que ir ao teatro todas as noites interpretar o rei Lear.

Nem para ver peças?
Não. Chato demais.

O RITUAL
DIREÇÃO Mikael Hafström
PRODUÇÃO EUA, 2011
COM Colin O'Donoghue, Anthony Hopkins e Alice Braga
ONDE nos cines Bristol, Unibanco Pompeia, Marabá e circuito
CLASSIFICAÇÃO 14 anos
AVALIAÇÃO regular

 

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