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28/09/2011 - 14h54

Filme sobre ritual indígena provoca risos e ovação em Brasília

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AMANDA QUEIRÓS
ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA

A primeira noite competitiva do 44º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, ocorrida ontem, fez o público embarcar numa viagem antropológica ao Alto Xingu, no Mato Grosso.

Já exibido no Festival de Gramado, em agosto, o documentário "As Hiper Mulheres" acompanha um ritual chamado de Jamurikumalu, praticado pelas mulheres da tribo Kuikuro. Na ocasião, elas promovem uma grande festa para levar uma velha índia a cantar pela última vez antes da morte, mas enfrentam problemas já que a única conhecedora dos cantos antigos encontra-se doente.

Criado pelo trio Carlos Fausto, Leonardo Sette e Takumã Kuikuro -- este último integrante da própria comunidade --, o filme provocou risos na plateia nos momentos em que expunha a intimidade das mulheres. Nos intervalos das cantorias do ritual, à noite, elas "caçam" homens em busca de sexo.

Divulgação
Cena do documentário "As Hiper-Mulheres", de Carlos Fausto, Leonardo Sette e Takumã Kuikuro
Cena do documentário "As Hiper-Mulheres", de Carlos Fausto, Leonardo Sette e Takumã Kuikuro

"De fato há uma enorme liberdade sexual na aldeia, mas o que a gente está mostrando é o dia a dia mesmo desse universo. Nosso principal problema era saber não pesar a mão nesse aspecto e descobrir como gerar empatia sem perder a textura da música, que era o que importava", afirmou Fausto em um debate realizado hoje pela manhã sobre o filme.

Para ele, o desafio do documentário foi fugir do mero registro etnográfico. "Queríamos fazer um filme que conseguisse pegar o dilema das músicas que estavam se perdendo", disse.

Todo falado no dialeto da tribo, o longa foi apresentado com legendas que utilizam gírias do português atual para demonstrar a espontaneidade nas conversas entre os índios, o que reforçava o lado cômico de algumas situações apresentadas. Ao final da projeção, o filme recebeu aplausos demorados do público.

CURTAS

A noite contou ainda com a exibição dos curtas "Ser Tão Cinzento" (BA), de Henrique Dantas, que revisita o curta "Manhã Cinzenta", de Olney São Paulo, produzido durante a diratura militar brasileira, e "A Fábrica" (PR), uma ficção de Aly Muritiba sobre o périplo de um presidiário para dar os parabéns à filha no dia de seu aniversário.

Este ano, o Festival de Brasília criou uma competição exclusiva para os curtas de animação. Na primeira noite, foram exibidos "Céu, Inferno e Outras Partes do Corpo" (RS), de Rodrigo John, e "Bomtempo" (MG), de Alexandre Dubiela.

A repórter AMANDA QUEIRÓS viajou a convite do festival

 

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