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19/10/2011 - 07h32

Leon Cakoff foi transformador, escreve cineasta Tata Amaral

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TATA AMARAL
ESPECIAL PARA A FOLHA

O ano é 1977, sou bolsista de um colégio que tem aulas de teatro, fotografia e cinema; Serginho Groisman programa o centro acadêmico e promove shows incríveis para centenas de jovens a preços muito possíveis; os estudantes começam a se manifestar pelas liberdades democráticas; o Corinthians ganha o Paulistão após 23 anos de secura, e nós, corintianos, ganhamos as ruas comemorando até o amanhecer. A vida cultural fervilha, a liberdade começa a ser exercida, as opiniões podem ser emitidas.

Uma semana depois depois da vitória do Corinthians no Paulistão, Leon nos mostra "o cinema que vai pelo mundo".

Sou cinéfila, estou apaixonada e meu namorado também é cinéfilo. Tudo o que eu gosto está acontecendo na cidade.

Partilho com muitos o prazer imenso dos encontros nas filas do MASP, que subiam as escadas e ganhavam a Paulista. Ali há uma expectativa palpável de cada filme que será projetado. Que experiência ele nos trará?

Outra nova experiência: a Mostra instituiu o voto do público. Este, naquela época, não era um número a ser cobiçado pelo produtor, distribuidor ou exibidor. O "público" era alguém cuja voz e gosto poderia ser conhecido através do voto, o voto que a ditadura nos havia roubado.

Marcelo Camargo/Folhapress
A cineasta Tata Amaral
A cineasta Tata Amaral

Leon nos brindou com a periodicidade e com sua curadoria especial. Era, antes de mais nada, um cinéfilo: seu lugar era dentro dos cinemas. Daniela Thomas disse que sua paixão mudou a vida de nós, paulistanos. É verdade. Sua paixão foi e continuará sendo transformadora.

De lá pra cá, tanta coisa aconteceu. Pausa pra pensar...

Mas uma coisa é certa: desde então, todo mês de outubro temos um encontro marcado com "o cinema que vai pelo mundo".

Viva, Leon!

Obrigada.

Já posso ver você organizando as filas com a turminha aí no céu!

TATA AMARAL é cineasta. Dirigiu "Antônia" (2006) e "Um Céu de Estrelas" (1997).

 

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