Estoque de imóveis cai 12% em 2017 no Brasil, e preços podem subir neste ano

De acordo com a Cbic, os lançamentos cresceram 5,2% no país no ano passado, e as vendas, 9,4%

Vista de edifícios em São Bernardo do Campo
Vista de edifícios em São Bernardo do Campo - Zanone Fraissat/Folhapress

 
Anaïs Fernandes
São Paulo

Com as vendas superando os lançamentos em quase 12 mil unidades em 2017, o estoque de imóveis residenciais caiu 12,3% no Brasil em relação ao ano anterior, de acordo com balanço da Cbic (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) divulgado nesta segunda-feira (26).

A instituição pesquisa o mercado imobiliário de 23 áreas do país.

O ano passado fechou com 135 mil apartamentos à venda —é o menor número absoluto registrado pelo relatório desde o primeiro trimestre de 2016.

Em 2017, os lançamentos cresceram 5,2%, para 82,3 mil unidades. As vendas no país tiveram alta maior, de 9,4%, com 94 mil unidades comercializadas.

O impulso veio da região Nordeste, onde as vendas subiram 29%.

"Os anos de 2015 e 2016 foram os piores do mercado imobiliário em 15 anos. No ano passado começamos a ver uma pequena curva de melhora, e acreditamos em recuperação do preço das unidades a partir de 2018", diz Celso Petrucci, presidente da Comissão da Indústria Imobiliária da Cbic.

Segundo o levantamento, o preço médio do metro quadrado no país em 2017 foi R$ 5.999.

Dos imóveis em oferta final (estoque), 49% estavam em construção e 28%, prontos.

"Há um tempo atrás, estávamos com um estoque maior de produtos prontos, o que indicava um mercado em baixa, mas isso está mudando", disse José Carlos Martins, presidente da instituição.

Para 2018, a expectativa da Cbic é de alta de cerca de 10% nas vendas e nos lançamentos. 

O Índice de Confiança da Construção do país, divulgado pela (Fundação Getulio Vargas) também nesta segunda, porém, interrompeu oito meses de melhora e caiu 1,2 ponto em fevereiro, para 81,4 pontos, puxado por uma queda no índice de expectativas.

Com a previsão de uma recuperação da caderneta de poupança, Martins diz que a tendência é que haja mais recursos disponíveis para imóveis destinados à classe média —o ano passado foi impulsionado pelo segmento econômico adquirido com uso do FGTS.

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