O governo chinês tomou o controle, nesta sexta (23), da seguradora Anbang, dona do hotel de luxo Waldorf Astoria, em Nova York. 

O grupo ficou conhecido nos últimos anos por suas aquisições bilionárias fora da China e por uma postura agressiva de tomada de riscos altos. 

A tomada de controle de uma empresa privada chinesa não tem precedentes —embora a medida não tenha surpreendido o setor hoteleiro da China.

A medida mostra quão longe o Partido Comunista está disposto a ir em sua companha, cada vez mais forte, para reduzir os riscos financeiros, mandando um sinal claro a outras companhias privadas tomadoras de risco no país. 

A CIRC, órgão chinês de regulação do setor de seguros, afirmou em comunicado que a companhia violou leis e regulações que podem "colocar seriamente em perigo a solvência do grupo", sem dar mais detalhes.

A agência também afirmou que Wu Xiaohui, ex-presidente e principal acionista da empresa, está em investigação por diversos crimes econômicos, como fraude na arrecadação de recursos e abuso de posição. O executivo, que um dos empresários com os investimentos mais agressivos fora da China, foi preso em junho do ano passado.

O controle do governo chinês sobre a Anbang deverá ter a duração de um ano, contado a partir da sexta. A seguradora será gerenciada por um grupo de oficiais da CIRC, do banco central do país, além de outros reguladores financeiros e membros do governo.

O comitê buscará uma reestruturação do gigante de seguros, mantendo as operações regulares da empresa, para proteger os direitos e interesses dos clientes e acionistas, afirmou o órgão regulador. 

A Anbang tem ativos anunciados que somam 1,97 yuan (cerca de R$  1,01 bilhão, na cotação atual) e está em 139º no ranking da Fortune 500. 

O grupo ficou conhecido internacionalmente após a compra do luxuoso hotel Waldorf Astoria, em 2014, pelo valor de US$ 1,95 bilhão.

Outras operações da empresa fora do país também chamam a atenção, como a compra do Strategic Hotels and Resorts das mãos do grupo Blackstone, por US$ 6,5 bilhões, e a aquisição de companhias de seguros na Coréia do Sul, na Europa, além da maior rede de casas de repouso da British Columbia, no Canadá.