Manifestantes protestam contra reforma da Previdência em SP

Bancos ficaram fechados pela manhã; grupo se reúne na avenida Paulista

Fachada de agência do Bradesco na avenida Paulista, em São Paulo, exibe placa com escrito "estamos em greve"
Fachada de agência do Bradesco na avenida Paulista, em São Paulo - Rivaldo Gomes/Folhapress
São Paulo | UOL

Apesar de a Previdência ter saído da pauta da Câmara dos Deputados para dar lugar à intervenção no Rio, centrais sindicais e movimentos sociais mantiveram sua programação e estão reunidos na avenida Paulista, em São Paulo, nesta segunda-feira (19) para protestar contra a reforma.

O dia foi marcado por paralisação de bancos, ônibus, professores e metalúrgicos na capital paulista e em regiões próximas.

As agências da capital ficaram fechadas das 10h às 12h. O sindicato dos bancários de São Paulo e Osasco não informou quantas unidades aderiram.

O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC afirma que 53 mil trabalhadores não compareceram às fábricas nesta segunda. 

Segundo a entidade, montadoras de veículos sediadas em São Bernardo do Campo e as principais metalúrgicas da região permaneceram paradas, e a mobilização deve continuar nos turnos da noite.

Wagner Santana, presidente do sindicato, avaliou como positiva a participação da categoria. "Tivemos um número bem expressivo, o que mostra que este é um tema extremamente importante para o trabalhador", disse.

O sindicato representa 70 mil trabalhadores das cidades de São Bernardo do Campo, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.

Já o Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região afirmou que cerca de 5.000 metalúrgicos atrasaram a entrada no trabalho, "mesmo com feriados municipais em Osasco e Taboão da Serra."

Em nota divulgada à imprensa, a Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) disse que 40% da categoria estava paralisada pelo Estado, em cidades como São Paulo, Campinas, Limeira, Diadema, Itaquaquecetuba e Franco da Rocha.

TRANSPORTES

Pela manhã, houve paralisações de motoristas de ônibus em Santo André e em Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo.

Nos dois municípios, foram interrompidas linhas municipais e intermunicipais. Por volta das 7h30, parte das linhas começou a sair dos terminais, que estavam lotados de passageiros.

Segundo o Sindicato dos Condutores de Guarulhos, houve protesto na porta da garagem de sete empresas que atuam na cidade e em Arujá, o que atrasou a saída dos ônibus. O sindicato informou que a paralisação se encerrou por volta das 8h.

Um grupo de manifestantes protestou também no aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo. O ato foi no saguão, em frente ao embarque, com faixas, instrumentos e batucadas. 

No aeroporto Santos Dumont, no Rio, houve um protesto organizado pela Frente Rio, composta por 60 entidades, entre sindicatos, associações, centrais e movimentos estudantis e sociais.

Manifestantes da Frente Povo Sem Medo fizeram ainda um bloqueio com queima de pneus na rodovia BR-116, na altura do quilômetro 274, no bairro Jardim Salete, em Taboão da Serra, na região metropolitana de São Paulo

FORA DA PAUTA

O governo queria que a votação da reforma da Previdência fosse pautada na Câmara dos Deputados no dia 19, mas a Constituição não pode ser alterada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de sítio.

A intervenção no Rio deve ser votada pelo Congresso na segunda ou na terça-feira (20), segundo projeções do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

"Se marcar a votação, vamos à greve. E isso pode acontecer de um dia para o outro", afirmou Gilberto Almazan, secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco.

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