O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), anunciou nesta sexta (2) que o Palácio Tiradentes, um dos prédios da Cidade Administrativa, em Belo Horizonte, será desativado para cortar gastos. Segundo nota do governo, o edifício gera uma despesa anual de cerca de R$ 5 milhões.
Os servidores que hoje trabalham no prédio serão transferidos para os edifícios Minas e Gerais, também na Cidade Administrativa. O complexo, que custou mais de R$ 1 bilhão, foi inaugurado pelo ex-governador Aécio Neves (PSDB) e é objeto de investigação da Operação Lava Jato.
De acordo com o governador, os prédios que serão ocupados têm, atualmente, 1.428 estações de trabalho livres, que geram despesas de energia, manutenção e limpeza mesmo desocupadas. Com a mudança, o governo diz esperar reduzir em 40% os gastos.
Em nota, o PSDB afirmou que o fechamento do edifício tem como objetivo "desviar a atenção do ato de protesto de mais da metade dos prefeitos de Minas que, nesta sexta-feira, na Cidade Administrativa, manifestaram sua indignação com a administração desastrosa e caótica que o governo Pimentel vem proporcionando".
O partido defendeu, no texto, que a Cidade Administrativa representava uma economia de R$ 590 milhões "com a racionalização de custos, como aluguéis, luz, água, combustível e vigilância".
"Os erros do governo do PT em Minas podem ser medidos pelo tamanho do déficit do Estado, de R$ 8,2 bilhões previsto para este ano", disse a legenda.
Em julho de 2017, Pimentel aprovou projeto que cria seis fundos para levantar R$ 20 bilhões em até quatro anos. Uma das medidas permite a transferência de cerca de 5.700 imóveis do Estado para um fundo imobiliário, mediante pagamento de aluguel pelo governo. Entre os imóveis, está o complexo da Cidade Administrativa.
O anúncio foi mal recebido pela oposição, que acusou o governador de vender o patrimônio do Estado e criar despesas para aliviar a crise fiscal. Em entrevista à Folha, o secretário da Fazenda do Estado, José Afonso Bicalho, afirmou que a medida é necessária para captar verba sem a necessidade de um empréstimo formal, o que não seria autorizado dado o endividamento e a crise financeira de Minas Gerais.
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