Descrição de chapéu G20

Aço, impostos e protecionismo são temas pendentes para o G20

Ministros das Finanças se reúnem nesta semana em Buenos Aires sob ameaça de guerra comercial

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acena após evento no Capitólio, em Washington
O presidente americano, Donald Trump - AFP
AFP

Aço, impostos às companhias tecnológicas e protecionismo: esses são os temas pendentes para os ministros das Finanças do G20, que se reúnem nesta segunda (19) e terça-feira (20) em Buenos Aires sob a ameaça de uma guerra comercial generalizada.

Esta reunião, a primeira da presidência argentina do G20, se anuncia particularmente tensa, pois será aberta a cinco dias da entrada em vigor das tarifas que os Estados Unidos decidiram impor sobre as importações de aço e alumínio do mundo todo, com exceção de Canadá e México. 

Até agora, os ministros das Finanças se mostravam reativos a se ocupar do tema comercial, estimando que não era de sua competência, mas com a atual situação, não poderão evitar falar disso, segundo disseram à AFP fontes próximas às negociações.

O Departamento do Tesouro americano anunciou que seu objetivo dentro do G20 é mobilizar-se contra "o problema" das práticas comerciais da China, que é membro deste grupo das 20 principais potências econômicas mundiais, e que frequentemente é criticada por sua superprodução de aço. 

Mas o presidente americano Donald Trump, longe de se concentrar em Pequim, também mira a Europa. 

A reunião em Buenos Aires será, portanto, uma prova de coesão europeia, antes de uma reunião programada para a semana que vem entre UE e Estados Unidos sobre as tarifas sobre o aço e o alumínio. 

O G20 tratou o tema da superprodução chinesa em sua cúpula de 2016 e confiou à Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos (OCDE) a tarefa de supervisionar os esforços chineses para frear sua oferta, tendo pouco sucesso. 

Sem consenso

 A OCDE, que frequentemente se torna braço operacional do G20, enfrenta outro tema espinhoso: a tributação das grandes companhias tecnológicas americanas, como Google, Amazon, Facebook e Apple. 

Em um relatório para a reunião de Buenos Aires, a OCDE afirma que não há consenso sobre como taxar esses gigantes da tecnologia, abrindo espaço para medidas unilaterais, como as que a Comissão Europeia pretende anunciar na próxima sexta-feira em Bruxelas. 

O relatório da OCDE gerou a primeira advertência dos EUA a Bruxelas, antes mesmo do início da reunião de Buenos Aires. "Os Estados Unidos se opõe firmemente à proposta de qualquer país que aponte para as empresas digitais" por meio de tarifas especiais, disse o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin. 

Em Buenos Aires, onde também se deve abordar o tema do bitcoin, o G20 deve estar em condições de poupar pelo menos uma polêmica: a do dólar. 

No fórum econômico de Davos de janeiro passado, Mnuchin havia dito que preferia um dólar fraco, para desgosto dos países que exportam para os Estados Unidos. 

O rascunho do comunicado final, objeto de intensas negociações, deve dissipar o temor de uma guerra de divisas usada em uma guerra comercial: "Nos absteremos de realizar desvalorizações competitivas e não usaremos a taxa de câmbio para fins competitivos". 

Já a palavra "protecionismo" continua sendo a grande ausente do texto, substituídas por uma moderada crítica às "políticas orientadas para o interior". 

Esta expressão, usada pela diretora do FMI, Christine Lagarde, segundo fontes consultadas pela AFP, reflete as dificuldades do G20 para chegar a um acordo.

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