Descrição de chapéu Fórum Econômico Mundial

Brasil deve ampliar a integração, diz fórum

Grupo de especialistas recomenda mais abertura ao comércio externo

Painel sobre agricultura no fórum nesta quinta (dia 15) - Adriano Vizoni / Folhapress
São Paulo

Nesta quinta-feira (15), último dia do Fórum Econômico Mundial para a América Latina, em São Paulo, a organização do evento apresentou um relatório que identifica os grandes obstáculos para a retomada do crescimento sustentável da economia brasileira.

O documento foi preparado por um comitê multidisciplinar, que reúne especialistas dos setores público e privado. O grupo recebeu o nome de Brazil Competitiveness and Inclusive Growth Lab (Laboratório de crescimento inclusivo e competitividade no Brasil).

De acordo com o relatório, o Brasil deve superar o modelo econômico vigente, baseado numa produção bastante voltada ao mercado doméstico e com um setor exportador tímido e concentrado em commodities.

Mantida essa tendência, o país vai se tornar cada vez menos competitivo.

Entre as razões para a letargia da economia do país, o fórum indica o alto custo para fazer negócios, as dificuldades para apostar em inovações e a escassa integração do Brasil nas movimentações do comércio mundial.

De acordo com o comitê, as taxas de exportação e importação são inferiores aos de países da América Latina como México e Colômbia.

Nesse aspecto, também fica aquém dos demais integrantes dos Brics (Rússia, Índia, China e África do Sul).

RECOMENDAÇÕES

O relatório também apresenta recomendações para a economia brasileira.

Em linhas gerais, os especialistas reunidos pelo fórum defendem uma série de reformas capazes de combater os custos elevados de produção, a baixa competitividade da indústria e os preços altos para os consumidores.

O relatório enfatiza a necessidade de o Brasil aumentar a integração com o mercado global, reavaliando taxas de importação e exportação e ampliando os acordos com outros países.

Sugere ainda a revisão das tarifas dentro do Mercosul.

Outra recomendação diz respeito ao ambiente de inovação. É preciso, de acordo com o documento, coordenar as diferentes iniciativas nesse sentido. Hoje, prevalece a fragmentação.

O relatório também aconselha que sejam feitas alterações para aprimorar a gestão pública, cujos índices de eficiência estão abaixo da média da América Latina.

É fundamental aperfeiçoar os mecanismos de acompanhamento do gasto público, permitindo a realocação de investimentos em setores mais debilitados.

O comitê multidisciplinar do Fórum Econômico Mundial recomenda ainda uma ampla reestruturação para desenvolver o ambiente de negócios.

Nesse sentido, o país precisa promover reformas nas áreas fiscal e jurídica.

GOVERNO E EMPRESAS

Responsável pelo documento, o Laboratório de crescimento inclusivo e competitividade no Brasil é formado por especialistas nacionais e estrangeiros.

Inclui membros do governo Michel Temer, como os ministros da Indústria e do Comércio Exterior, Marcos Jorge de Lima; da Fazenda, Henrique Meirelles; e do Planejamento, Dyogo Oliveira.

Também fazem parte do comitê empresários como Luiza Helena Trajano, presidente do conselho de administração da rede Magazine Luiza, e Flavio Rocha, dono da Riachuelo.

O relatório foi apresentado por Margareta Drzeniek-Hanouz, membro do comitê executivo do Fórum Mundial.

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