O presidente Michel Temer praticamente fechou a indicação de Eduardo Guardia, secretário-executivo do Ministério da Fazenda, para substituir Henrique Meirelles assim que o ministro decidir pela desincompatibilização.
Segundo uma fonte palaciana, faltam apenas detalhes e Temer não bateu o martelo ainda porque Meirelles não decidiu quando efetivamente deixará o ministério.
O presidente estuda também outras alterações na equipe econômica, a principal delas, deslocar Dyogo Oliveira, hoje ministro do Planejamento, para comandar o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
“O presidente não bateu o martelo, mas está se debatendo a ideia. A intenção é mudar o perfil de atuação do banco. O Dyogo tem um perfil interessante para o BNDES. O presidente tem o desejo de fazer essa mexida”, disse a fonte palaciana.
Se a mudança for feita, Mansueto de Almeida, Secretário de Acompanhamento Fiscal da Fazenda —e outro nome que era considerado para o lugar de Meirelles— assumiria o Planejamento.
Uma terceira fonte, que também pediu para não ser identificada, afirmou que Dyogo não teria intenção de deixar o Planejamento mas iria para o BNDES “se o presidente Temer quiser”.
Os nomes de Guardia e Mansueto foram indicados a Temer por Meirelles. O presidente disse ao ministro que poderia indicar seu sucessor na pasta ao sair para fazer parte do projeto político do MDB para as eleições.
O secretário de Acompanhamento Fiscal teria mais trânsito no Congresso, mas Guardia é o nome preferido por Meirelles e não há resistência por parte de Temer.
Meirelles anunciou na véspera que irá se filiar ao MDB na próxima terça-feira e decidir na semana que vem se disputará as eleições deste ano. Para concorrer no pleito, os ocupantes de cargos no Executivo precisam deixar seus postos até 7 de abril.
EXPERIÊNCIA
Guardia é doutor em Economia, pela USP (Universidade de São Paulo). Foi pesquisador da área fiscal do Instituto de Economia do Setor Público da Fundação para o Desenvolvimento Administrativo antes de assumir cargos no Executivo.
A partir de 1993, ocupou vários postos no governo do estado de São Paulo. Foi assessor do secretário de Planejamento e Gestão, assessor do coordenador de crédito e do patrimônio da secretaria da Fazenda paulista, chefe da assessoria econômica do secretário adjunto também na secretaria de Fazenda.
Na sequência, inicio a trajetória no governo federal. Foi secretário do Tesouro Nacional no último ano do governo Fernando Henrique Cardoso e ocupou o cargo de secretário adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda.
Entre 2003 e 2006, voltou ao governo de São Paulo como secretário de Fazenda de Geraldo Alckmin. Esteve na iniciativa privada. Foi diretor executivo da BM&FBovespa entre 2013 e 2015, quando então foi chamado por Meirelles para voltar ao Ministério da Fazenda.
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