Descrição de chapéu Fórum Econômico Mundial

Menu servido a participantes do fórum reaproveitou 150 kg de alimentos

Restos voltaram como quibe de casca de melancia e bruschettas de talos de vegetais

Local de alimentação dos participantes do Fórum Econômico Mundial para a América Latina, que reaproveitou 150 quilos de alimentos no cardápio - Paulo Whitaker / Reuters
Eliane Trindade
São Paulo

Ao longo dos três dias do Fórum Econômico Mundial para a América Latina foram reaproveitados 150 kg de alimentos que seriam descartados como sobra no preparo das 3.000 refeições diárias servidas no Grand Hyatt, em São Paulo, sede do evento.

Os restos de alimentos voltaram ao cardápio servido aos 700 participantes desta edição na forma de capotada de casca de banana, quibe de casca de melancia e bruschettas de talos de vegetais.

O reaproveitamento e o menu sustentável foram feitos por nove cozinheiros formados pela Gastromotiva, organização que promove inclusão por meio de uma gastronomia social.

Fundada pelo chef David Hertz, vencedor do Prêmio Empreendedor Social do Futuro em 2009, parceria da Folha com a Fundação Schwab, a Gastromotiva Social já esteve presente em quatro edições do fórum em Davos, na Suíça, seja em painéis, seja assinando menus especiais.

Na rodada latino-americana em São Paulo, onde a ONG nasceu, Hertz lançou o projeto inédito de incluir alimentos reaproveitados no catering oficial do evento.

"Levei esta ideia para Klaus Schwab [fundador do Fórum Econômico Mundial] e ele me deu o ok para desenharmos um piloto para usar todo o excedente da cozinha do hotel do evento no próprio fórum ", explica Hertz.

A experiência é uma continuidade do Reffetorio Gastromotiva, o restaurante-escola inaugurado no bairro da Lapa, no Rio de Janeiro, durante as Olimpíadas em 2016, com o objetivo de reduzir o desperdício de alimentos em grandes eventos.

"Enquanto um terço da comida é desperdiçada, 1 bilhão de pessoas vivem com fome", afirma o chef.

ESCOLA

Estrelas da gastronomia mundial, como o italiano Massimo Bottura, aderiram ao projeto do brasileiro de criar um refeitório-escola, que há um ano e meio serve refeições para moradores de rua com sobras doadas.

A ideia também foi acolhida com entusiasmo pelo chef Thierry Buffeteau, titular do Hyatt. "Nossa equipe de 80 pessoas trabalhou em conjunto com a da Gastromotiva. Falamos a mesma língua. Foi um intercâmbio muito natural", diz o francês.

Hertz também faz uma balanço positivo do Fórum Econômico Mundial como vitrine do projeto. "Houve um envolvimento grande do público, que provou e aprovou o menu e a nossa proposta."

Uma das maiores entusiastas foi a empresária Luiza Helena Trajano, dona da rede Maganize Luiza e uma das anfitriãs desta edição do fórum. "Ela foi nossa garota-propaganda e fez executivos e políticos provarem os pratos e falou do nosso trabalho até para o presidente Michel Temer", relata Hertz. "Estamos gerando maior consciência. Foi só o começo."

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