O Apple Pay, sistema que faz pagamentos no varejo via cartão de crédito a partir de iPhones, passa a funcionar no Brasil nesta quarta-feira.
O país é o 21º a receber o sistema, que foi lançado em 2014.
Inicialmente, ele estará disponível para quem tem cartões de crédito do Itaú. O banco tem exclusividade para oferecer o serviço no Brasil por 90 dias.
Para usar o Apple Pay, é preciso cadastrar os dados do cartão no celular.
Na hora de pagar, o consumidor aproxima o smartphone da máquina.
A partir da tecnologia NFC (Near Field Comunication), o celular reconhecerá o valor devido.
O pagamento pode ser confirmado a partir da impressão digital do consumidor ou de reconhecimento facial, dependendo do modelo do celular.
Segundo a Apple, 67% das máquinas de cartão em operação no Brasil já podem receber via Apple Pay.
O Apple Pay estar[a disponível nos modelos iPhone SE, iPhone 6 e superiores.
CONCORRENTES
O Apple Pay chega ao Brasil depois de Google e Samsung lançarem seus serviços de pagamento móvel em parceria com o restante dos grandes bancos.
Com isso, a maior parte dos potenciais usuários já tem a tecnologia à disposição. Segundo dados da Kantar Worldpanel, no último trimestre do ano passado as vendas de iPhone foram 6,3% do total, enquanto celulares com Android, do Google, 93,2%.
Mesmo com o público mais limitado, Marcelo Kopel, diretor executivo do Itaú, diz que o potencial de uso do Apple Pay é alto.
Segundo ele, são 1,2 milhões de clientes do Itaú que tem aparelhos da Apple compatíveis com a nova forma de pagamento.
CULTURA
Apesar da tecnologia chamar atenção, haverá desafios para que o hábito de pagar com celular vire rotina, segundo especialistas ouvidos pela Folha.
Fernando Meirelles, professor da FGV, diz que será necessário muito investimento em marketing para explicar a consumidores e vendedores sobre a existência e o funcionamento desse recurso. “Se isso não for feito, o caixa da loja não vai acreditar quando alguém disser que vai pagar com o celular”, explica.
O consultor Boanerges Freire, especialista no mercado de cartões, concorda que o desafio cultural será grande, em especial porque pagamentos com cartão de plástico funcionam bem no mercado brasileiro.
"O vendedor das lojas grandes e das pequenas e até da feira precisará fazer essa migração, que não acontece da noite para o dia", diz.
Por outro lado, Meirelles diz que o serviço tem a seu favor o fato de smartphones estarem se tornando cada vez mais onipresentes na rotina de seus usuários, inclusive armazenando documentos pessoais e servindo para transferências bancárias.
Kopel, do Itaú, diz que o banco fará anúncios na televisão e tutoriais na internet para acelerar a adoção do Apple Pay.
Também estão previstas parcerias com varejistas, entre eles Pão de Açúcar e Starbucks, para dar vantagens a quem pagar com o celular.
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