Brasil tem bastante estofo para lidar com incertezas, diz presidente do BC

Inflação abaixo da meta e a boa condição do balanço de pagamentos foram destacadas por Goldfajn

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O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn - Jose Luis Magana / AP
Washington

O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou nesta sexta-feira (20) que a economia do Brasil está preparada para lidar com incertezas externas e internas, em meio a um ano eleitoral e à ameaça de um conflito comercial entre EUA e China no cenário internacional.

“O Brasil tem bastante estofo”, disse, em entrevista à imprensa durante encontro do FMI (Fundo Monetário Internacional), em Washington. 

Entre os “amortecedores” citados por Goldfajn, estão a inflação abaixo da meta, um sistema financeiro robusto e a boa condição do balanço de pagamentos.

“Isso nos ajuda a dar uma tranquilidade para todo o mundo, no sentido de que nada estará fora do lugar. Tudo vai funcionar de acordo com o regime”, afirmou.

O presidente do BC declarou ainda que, se não fossem as incertezas externas e internas, o PIB brasileiro provavelmente iria crescer mais do que 3%, que é a previsão do governo para este ano. 

Goldfajn defendeu a atual retomada da economia do país, a despeito de uma recente patinada em alguns indicadores, como na taxa de desemprego e no desempenho tímido do varejo neste início de ano.

“Faz parte. Numa recuperação gradual, tem um mês mais forte, outro menos. O que se tem que observar é a tendência”, afirmou.

CENÁRIOS

Sobre o cenário eleitoral e a possibilidade de que ele continue à frente do BC em 2019, Goldfajn preferiu não se manifestar. 

“Minha contribuição é muito mais efetiva se eu conseguir me manter o mais neutro possível em relação a questões partidárias e políticas. O BC tem que trabalhar em qualquer cenário, para qualquer partido”, declarou.

Goldfajn ainda afirmou que não acredita na possibilidade de uma guerra comercial entre EUA e China.

“Muita coisa começa muito ruidosa, e não necessariamente acaba da mesma forma como começa”, afirmou. Para ele, ainda há espaço para negociações –e ele torce para isso, já que uma disputa que tem potencial de afetar o crescimento global, “no fim das contas, afeta todo mundo”.

“Eu não acho que vai ter algum país que vai se beneficiar dessa maior incerteza.”
 

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